"Queremos aquele espaço requalificado e aquele património tem de voltar a ser de Santarém. Estamos, por isso, a desenvolver todos os esforços para que isso aconteça. Queremos ter salas de exposição de arte, salas de conferência, residências artísticas e um conjunto de outras respostas para a cultura", adiantou o autarca.
A Câmara pretende, além da requalificação do Teatro Rosa Damasceno, integrar no projeto o edifício que está ao lado, cuja propriedade pertence à câmara, e, com estes dois edifícios, formar a casa da cultura e das artes de Santarém.
Segundo o autarca, este projeto ultrapassará sempre os dois milhões de euros, e para o executar, a Câmara pretende utilizar verbas do Portugal 2030.
"Nós temos um conjunto de intervenções que estão programadas no âmbito do Portugal 2030. Por exemplo, nós tínhamos uma verba de 400 mil euros para a incubadora de artes. Aquilo que queremos é que este espaço possa funcionar também como uma incubadora de artes e, assim, canalizar essa verba para a recuperação deste edifício, que é necessária", explicou o autarca.
Segundo o responsável, há outras verbas que podem ser alocadas para este projeto, assegurando que, com o apoio do Portugal 2030 e os recursos próprios da Câmara, "a iniciativa será sempre viabilizada".
O antigo Teatro Rosa Damasceno, que está classificado como imóvel de interesse público, foi comprado pelo Grupo Enfis em 2004, e a intenção do grupo era requalificar aquele espaço.
Em março 2007, um incêndio destruiu quase por completo a sala de espetáculos, que está desde então desativada, sem qualquer tipo de atividade.
O autarca anunciou que a câmara apresentou duas propostas à massa insolvente da Enfis, Hotelaria e Turismo, mas ambas foram recusadas.
A Câmara vai agora avançar com um processo de expropriação do teatro, alegando interesse público.
"Defini como estratégia a reabilitação do edifício e estamos a desenvolver toda a tramitação legal para que ele possa voltar a ser da Câmara", referiu.
João Leite criticou ainda a gestão do Partido Socialista por não conseguir assegurar a posse do edifício quando estava no poder.
"Trata-se de um edifício único e emblemático, e é imperativo corrigir os erros do passado. Estamos empenhados em garantir que este objetivo seja alcançado com sucesso. Quem estava responsável pela gestão do município teve essa incapacidade de fazer com que o edifício ficasse na nossa posse", concluiu.
Leia Também: Está em curso projeto para digitalizar 59.500 bens de museus e monumentos