Instituto Camões promove tertúlias na Alemanha para promover português

A Coordenação do Ensino de Português na Alemanha (CEPE), realiza, durante todo o ano letivo, a 1.ª edição das tertúlias infantojuvenis "Entreler as Entrelinhas" para promover a língua portuguesa e os hábitos de leitura.

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© Instituto Camões

Lusa
18/01/2025 14:56 ‧ há 8 horas por Lusa

Cultura

Alemanha

A iniciativa pretende ser um espaço de partilha, discussão, reflexão e de aprendizagem coletiva no qual autores de expressão portuguesa, locais e outros, partilham as suas obras, experiências e conhecimentos com crianças e jovens de diferentes idades e percursos escolares.

 

Ângela Silvério, docente de apoio pedagógico do CEPE e uma das dinamizadoras desta iniciativa, sublinha que um dos objetivos é "fomentar e desenvolver competências e hábitos de leitura autónoma".

Além disso, as tertúlias visam também "dar a conhecer e preservar a literatura lusófona" e promover a relação entre a comunidade portuguesa e a Embaixada de Portugal em Berlim.

Esta iniciativa vai estender-se ao longo do ano letivo, contando com as presenças de Pedro Monterroso, autor do conto "A Velha Bruxa" e do livro "Metáforas que me ensinam a pescar", e Marco Reilly, autor das fábulas do charco "A fábula da rã e do bode" (publicada em português, Alemão e Inglês) e "A fábula da Zangã-Rainha e do Alfaiate".

Pedro Monterroso levou "A Velha Bruxa", que trata temas como xenofobia, racismo e estereótipos, a mais de 20 alunos do 9.º ano de uma turma bilingue em Berlim.

"A ideia foi pegar nos pontos centrais deste livro e tentar levá-los para um pódio de discussão. Apresentei as ideias centrais, fiz uma leitura, e depois fomos para a discussão. Foi bastante desafiante porque a turma não era homogénea, como é normal", partilhou, esclarecendo que, com mais ou menos interesse pelos temas abordados, todos valorizaram a interação em português.

"Os miúdos acham divertido ter ali alguém que fala a língua deles, que também escreve na língua deles. Muitas vezes, nestes círculos bilingues, o português não é tido como a língua ´cool´ (...) às vezes, esta língua de herança, ainda é vista por eles como uma língua de imigrante", admitiu, em declarações à Lusa.

Pedro Monterroso acredita que há muita "cultura pop" em português, em Berlim, mas "falta cultura literária em português de Portugal", salientando a importância destas iniciativas.

"Penso que atividades como esta podem fazer a diferença", acrescentou.

A próxima tertúlia acontece a 23 de janeiro na Grundschule Neues Tor, em Berlim.

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