O pintor António Carvalho da Silva (1850-1893) adotou para apelido o nome da sua cidade natal, ficando conhecido por Silva Porto.
"Achámos que devíamos trazer ao Douro também os desenhos de Silva Porto uma vez que são fantásticos e marcam uma época", afirmou à agência Lusa o diretor do Museu do Douro, Fernando Seara, que considerou ser também importante dar a conhecer, na região duriense, o trabalho do artista natural do Porto.
Nesta exposição, que estará patente no edifício sede do Museu do Douro até 20 de maio, é feita uma homenagem ao artista que morreu aos 42 anos, deixando, no entanto, uma vasta obra que inspirou sucessivas gerações de paisagistas em Portugal.
A mostra apresenta 60 desenhos da autoria de Silva Porto e que documentam os anos da sua formação.
Nesta viagem pela sua história, acompanham-se primeiro os seus estudos elaborados a partir dos 12 anos, na Escola Industrial do Porto, e depois, a partir dos 15, na Academia Portuense de Belas Artes.
Segue-se depois o seu trajeto como bolseiro em Paris, na Escola de Belas Artes, onde permanece dos 23 aos 29 anos, e as estâncias no Vale do Oise, onde segue o círculo dos ar-livristas (pintura ao ar livre) de Daubigny, e também em Itália, que percorre acompanhado pelo companheiro Marques de Oliveira.
A sua pintura é cheia de luz e cor e é sobretudo inspirada na própria natureza, tendo sido um dos introdutores do naturalismo em Portugal.
Após a sua formação, Silva Porto lecionou na Academia de Lisboa e, como professor, destacou-se por levar os seus alunos para o campo, para pintar ao ar livre.
Após a morte de Silva Porto, no leilão do seu espólio artístico, em dezembro de 1893, o seu Grémio Artístico adquiriu um conjunto de 400 desenhos e, da fusão entre o Grémio e a Sociedade Promotora resultou, em 1901, a atual Sociedade Nacional de Belas Artes, que conserva hoje estes trabalhos na sua coleção.
A nova exposição temporária do Museu do Douro resulta de uma parceria com a Sociedade Nacional de Belas Artes, tem coordenação geral de Fernando Seara, curadoria de João Paulo Queiroz e coordenação executiva de Natália Fauvrelle.
O Museu do Douro foi concebido como um museu de território, polivalente e polinuclear, vocacionado para reunir, conservar, identificar e divulgar o vasto património museológico e documental disperso pela Região Demarcada do Douro.
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