A editora apresenta a obra como "a primeira biografia do homem que desafiou Salazar ao proferir a célebre frase: 'Obviamente demito-o!'". Esta frase foi proferida numa conferência de imprensa realizada no Café Chave d'Ouro, em Lisboa, quando questionado sobre o futuro de Salazar, caso fosse eleito Presidente da República.
A historiadora Irene Flunser Pimentel, que tem investigado o período do Estado Novo (1933-1974), afirma na introdução que Frederico Delgado Rosa "conseguiu resistir ao teste da hagiografia e levar a cabo uma obra, no verdadeiro sentido da palavra, muito bem escrita e que acrescentou muito ao que já se sabia".
O autor, afirma a historiadora, "recria todo o ambiente galvanizador do verdadeiro tufão político que desabou sobre Portugal em 1958, graças à candidatura presidencial de Humberto delgado".
A obra está dividida em oito partes, mais "epílogo", traçando o percurso de um homem desde o seu Ribatejo natal, em 1906, até ter sido assassinado em Espanha, próximo da fronteira portuguesa, em Vilanueva del Fresno, por agentes da polícia política do regime corporativista, em 1965.
Ao longo da obra, o leitor acompanha Humberto Delgado como "menino da luz", numa referência à escolaridade militar em Lisboa, as missões em África, a participação nas organizações da Legião e da Mocidade portuguesas, o período na NATO, e a decisão, em finais de 1957, de se opor ao regime político, a campanha eleitoral, o desfecho e as suas implicações sociopolíticas.