Obra de Lucílio Manjate revelou "cunho mais ousado" e "inteligência"
O escritor Mia Couto, que presidiu ao júri da primeira edição do Prémio Literário Eduardo Costley-White, realçou hoje o "cunho mais ousado" e a "inteligência" do romance 'Rabhia', de Lucílio Manjate, que o levou a arrecadar o galardão.
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Cultura Mia Couto
"Há aqui um cunho mais ousado, e o uso de uma inteligência neste livro, que faz de uma história aparentemente policial, a natureza da escrita sugere uma história policial, mas o que ele faz é percorrer aquilo que são as entranhas de uma sociedade como é a moçambicana, mas que podia ser do mundo inteiro", afirmou Mia Couto.
Referindo-se ao livro, Mia Couto afirmou: "Há ali uma história que é profundamente humana, que é contada de uma maneira muito, muito original, a originalidade e aquilo que é uma escrita de caráter único, foi o que nos ajudou a distinguir" a obra.
Para o escritor, o grande destaque é esta obra apresentar "uma escrita de rutura, uma forma nova".
Mia Couto afirmou que a "poesia é absolutamente dominante em Moçambique e a nova geração prossegue essa tradição, mas este livro é diferente".
"Foi surpreende um jovem com esta qualidade, por via da prosa, já não fala dos temas que são constantes e mais saturados da literatura moçambicana", declarou Mia Couto.
Na entrega do galardão, hoje na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), a professora catedrática Ana Oliveira, que fez parte do júri, em representação das Edições Esgotadas, que vão publicar 'Rabhia', referiu-se a Lucílio Manjate, de 32 anos, como "um poeta obcecado pela palavra ao detalhe" e disse que "Moçambique está todo refletido" nesta obra.
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