Fátima Afonso vence Prémio Nacional de Ilustração com 'Sonho com asas'

A ilustradora Fátima Afonso venceu a 21.ª edição do Prémio Nacional de Ilustração com o livro "Sonho com asas", anunciou hoje a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).

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Lusa
22/06/2017 19:16 ‧ 22/06/2017 por Lusa

Cultura

DGLAB

Reunido hoje de manhã, o júri decidiu atribuir o prémio a Fátima Afonso pelo conjunto de ilustrações do livro "Sonho com asas", com texto de Teresa Marques, editado em 2016 pela Kalandraka.

As duas menções especiais foram atribuídas a Catarina Sobral, pela ilustração da obra "Tão, tão grande", com texto da própria, dada à estampa pela Orfeu Negro, e a Tiago Albuquerque e Nádia Albuquerque, pelo trabalho realizado em "Sou o lince ibérico", que tem texto de Maria João Freitas e foi editado pela Imprensa Nacional -- Casa da Moeda.

Relativamente à atribuição do prémio, o júri disse que "Sonho com asas" contém imagens de "enorme valor poético e carga metafórica".

Ao referir que o livro está "repleto de pormenores narrativos que convidam a uma leitura pausada e em profundidade", o júri sublinha ainda que a ilustradora mobiliza uma "paleta em tons pastel que viajam entre o ocre do sol e os azuis do céu e do mar".

"Fátima Afonso recorre a um conjunto de estratégias de composição gráfica que leva o leitor a tirar os sapatos e a ganhar asas para se elevar no universo dos sonhos", acrescenta o júri.

Nascida em Torres Novas em 1962, Fátima Afonso é licenciada em pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, é ilustradora e professora de Artes Visuais.

A partir de 2000 dedicou-se à ilustração de livros para crianças, contando atualmente com mais de 20 livros publicados, de acordo com a biografia disponibilizada pela DGLAB.

Em 2012 integrou o grupo de ilustradores que representou Portugal na exposição "Como as Cerejas", apresentada na Feira do Livro Infantil de Bolonha quando Portugal foi país-tema.

Dois anos mais tarde, o projeto Sonho com Asas, que viria a ser publicado como livro, valeu-lhe o 2.º Prémio do VII Prémio Internacional Compostela de Álbuns Ilustrados.

Sobre as ilustradoras distinguidas com menções especiais, o júri refere que as ilustrações de Catarina Sobral -- nascida em Coimbra, em 1985 -- se mantêm fiel ao seu estilo e que a sua paleta cromática "cria um ambiente dramático para uma situação igualmente dramática e calamitosa de metamorfose de um menino que acordou um dia transformado num gigantesco hipopótamo".

"O objeto livro cria espaços onde a imagem e o texto coexistem sem fronteiras, formando um todo performativo", acrescenta.

No que respeita a "Eu sou o lince-ibérico", o júri salientou a importância do investimento nas obras de divulgação de cariz científico dirigidas aos mais jovens, não descurando uma componente estética. "Os ilustradores [Tiago Albuquerque e Nádia Albuquerque] recuperam o uso do poster como tributo à adolescência, dando nova função à sobrecapa", frisam.

O júri foi constituído por Susana Lopes Silva, da Escola Superior de Educação do Porto, Rita Pimenta, jornalista e autora do blogue Letra Pequena, e Vera Oliveira, técnica superior da DGLAB.

Nesta edição do Prémio Nacional de Ilustração foram avaliadas 82 obras publicadas por 33 editoras e ainda duas edições de autor, com ilustrações de 66 artistas e textos de 65 autores.

O Prémio Nacional de Ilustração foi criado em 1996, é atribuído pela DGLAB e visa promover o reconhecimento da ilustração original e de qualidade nos livros para crianças e jovens.

O galardão é atribuído anualmente e distingue um ilustrador pelo conjunto de ilustrações originais publicadas numa obra editada no ano anterior, podendo distinguir dois ilustradores através da atribuição de duas menções especiais.

O prémio tem o montante de 5.000 euros, acrescido de uma comparticipação de 1.500 euros destinada a apoiar uma deslocação à Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha. As menções especiais, no valor de 1.500 euros cada, são expressamente destinadas a comparticipar duas deslocações a esta feira.

O júri salientou ainda as edições da Associação para a Promoção Cultural da Criança pelo seu esforço de diversidade temática e plástica fundamental para a formação de novos públicos.

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