Centro UNESCO para salvaguarda do património imaterial abre em Beja
O Centro UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, criado em Beja, começa a funcionar na quarta-feira para promover, estudar e divulgar a música tradicional, o cante alentejano, a literatura e a história popular.
© Global Imagens
Cultura Clube
Segundo a Câmara de Beja, o centro está situado no emblemático edifício do Clube Bejense, um antigo espaço de convívio e cultura da cidade, que o município reabilitou para acolher o espaço e uma "casa criativa", num investimento de 374 mil euros.
O centro vai ser inaugurado na quarta-feira com um programa que integra o ateliê para crianças "Artes e Ofícios d'Antigamente", a partir das 09:00, e uma cerimónia, marcada para as 18:00.
A cerimónia de inauguração inclui a apresentação da exposição "Cante: Alma do Alentejo", com fotografias da fotojornalista Ana Baião, e uma atuação da banda Bulgarian Voices Angelite e do Grupo Coral Cantadores do Desassossego, que, no mesmo dia, irão atuar na Praça da República, a partir das 22:00, num concerto incluído no programa do Festival Beja na Rua e que conta com a participação do fadista António Zambujo.
A criação do centro resultou de um protocolo entre a Câmara de Beja, a Comissão Nacional da UNESCO, a Direção Regional de Cultura do Alentejo, o Centro Nacional de Cultura, a Fundação AgaKhan, o Sindicato dos Músicos e Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual, a MODA - Associação do Cante Alentejano e a Confraria Gastronómica do Alentejo.
O centro pretende "assumir a missão de potenciar" o "reconhecimento cada vez mais amplo" que o património cultural imaterial está a ganhar na "consciência coletiva" devido às mais recentes inscrições portuguesas na Lista Representativa da UNESCO, como o cante alentejano, explica a Câmara de Beja, num comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo o município, a inventariação de práticas e saberes populares, a promoção do cante alentejano e outras manifestações musicais tradicionais e a implementação do programa UNESCO "Tesouros Humanos Vivos", "valorizando os portadores de memória e sabedoria de inegável valor universal", são alguns dos objetivos do centro.
Por isso, frisa, a criação do centro "deve ser vista como uma reação à crescente debilidade demográfica do interior, em particular do Alentejo, que, partindo da valorização das suas gentes, pretende projetar uma sociedade para o futuro ancorada nas práticas e memórias que estes patrimónios imateriais evocam".
Segundo o protocolo, o centro estará organizado como uma rede de membros que colaboram entre si e com instituições e organismos de Beja e do Alentejo, que estejam "empenhados" na salvaguarda, na gestão, na valorização e na educação para o património imaterial, nomeadamente música tradicional, cante alentejano, literatura e histórias orais, e "na difusão e na promoção das boas práticas neste domínio".
O Centro UNESCO terá várias atribuições, como "contribuir para uma melhor compreensão do património imaterial" e promover, estudar e divulgar a música tradicional, nomeadamente o cante alentejano, a literatura e a história popular.
Colaborar com instituições locais, regionais, nacionais ou internacionais em ações ligadas com os objetivos da UNESCO e com a Direção-geral do Património Cultural na concretização do inventário do património imaterial são outras das atribuições.
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