O Benfica empatou, esta quinta-feira no estádio da Luz, diante do Shakhtar (3-3) e disse assim adeus à Liga Europa. Um empate que teve sabor a derrota, uma vez que no conjunto das duas mãos, a formação ucraniana levou a melhor por 5-4.
Apesar de ter começado bem, logo com um golo aos nove minutos, o Benfica sofreu dois minutos depois. Um cenário que se repetiu no segundo tempo, depois do golo de Rafa a abrir a segunda parte.
Ofensivamente, a equipa de Bruno Lage teve bem, criou oportunidades, foi eficaz na finalização, mas uma equipa que se quer de dimensão europeia não deve - nem pode - sofrer dois golos logo a seguir a concretizar. As águias demonstraram desorganização defensiva, desatenção nas marcações e, isto, não foi apenas nos lances dos golos sofridos.
O mau comportamento defensivo da equipa do Benfica não é de agora. A equipa encarnada sofre golos há sete jogos consecutivos, um registo que como já não se via há... nove anos. O Benfica sofreu 14 golos nos últimos oito jogos, o que dá uma média de 1,75 golos sofridos por jogo. E nem se pode culpar Odysseas, uma vez que o grego tem sido dos melhores em campo nalguns jogos do Benfica.
O que é certo é que a equipa da Luz foi eliminada da Liga Europa, num registo inédito. É que até aqui, desde o formato atual da competição, o Benfica nunca tinha caído na primeira eliminatória.
Figura do jogo: Mais do que uma individualidade, um coletivo. Apesar de uma primeira parte menos conseguida. A equipa do Shakhtar mostrou-se cerebral o suficiente para sair da Luz com um empate, que soube a vitória. Marcos Antônio foi um pêndulo da formação ucraniana e impressionou com o seu sentido posicional. Ismaily cumpriu defensivamente e fez a cabeça em água a Tomás Tavares sempre que subia pela lateral. Alan Patrick marcou o golo que sentenciou... No fundo todos tiveram um papel importante, numa equipa que está sem ritmo competitivo pelo facto de ter agora começado a sua época desportiva.
Desilusão: Tomás Tavares teve uma noite complicada. O lateral direito deu demasiado espaço nas suas costas e Ismaily teve quase sempre uma auto-estrada a convidá-lo a subir no terreno. Muitos dos ataques do Shakhtar foram pelo seu lado esquerdo e o jovem português nunca os conseguiu suster. Denota ainda muitas debilidades defensivas.
Surpresa: Rafa voltou a aparecer e com um grande golo. O extremo voltou a ser utilizado junto à linha e foi sempre um dos mais perigosos no ataque encarnado. Marcou o terceiro tento das águias, que acabou por ser inconsequente. Ainda assim nota para um dos mais esclarecidos da formação de Bruno Lage.
Bruno Lage: Numa altura em que o Benfica precisava de assentar o seu jogo. Ter alguma calma (e talvez frescura), o técnico encarnado decide tirar Chiquinho para colocar Seferovic. A entrada do avançado suíço pouco veio acrescentar quando o Benfica não estava a conseguir ter uma boa circulação no seu meio-campo. Além disso, a equipa está a perder e o homem-golo(Carlos Vinícius) é um dos últimos a entrar?
Luís Castro: Confessou que não gostou da sua equipa na 1.ª parte e a verdade é que o melhor momento deste Shakhtar deu-se no segundo tempo. Organizou a sua equipa para tirar proveito das mais evidentes debilidades do Benfica e não podia ser mais bem sucedido. Apesar do pouco ritmo, Luís Castro tem vários jogadores de qualidade neste plantel.
Árbitro: Bjorn Kuipers não teve qualquer influência no resultado. Esteve bem de uma forma geral, sem grandes casos de polémica.