O mundo do desporto também está, naturalmente, a sofrer as consequências da propagação do coronavírus, que começou a chegar a cada vez mais países nos últimos dias. O vírus foi identificado, numa primeira instância, em solo chinês, mas rapidamente se espalhou um pouco por todo o globo.
Nas últimas semanas, vários jogos e eventos desportivos foram adiados ou mesmo cancelados, mas o cenário ainda se pode tornar mais 'negro'; afinal, diversas provas importantes do calendário desportivo mundial estão em risco, não sendo a sua realização um dado adquirido nesta altura.
China sofreu o impacto inicial
Os efeitos do coronavírus começaram a fazer-se sentir no final de janeiro, sobretudo na China, onde torneios de qualificação de futebol, basquetebol, atletismo e boxe para os Jogos Olímpicos de Tóquio tiveram de ser disputados em outros locais., inclusive fora do país.
A 30 de janeiro, a Federação chinesa acabou mesmo por adiar todos os jogos de futebol, de todos os escalões e competições nacionais, por tempo indeterminado.
A situação começou a ganhar contornos mais alarmantes com a chegada do mês de fevereiro, que viu serem canceladas corridas da Fórmula E, jogos da Liga dos Campeões asiática de futebol, da Hockey Pro League, de várias competições de basquetebol, voleibol de praia, ténis (incluindo jogos para a Taça Davis), ténis de mesa, ciclismo (com destaque para o tour dos Emirados Árabes Unidos), MMA e até torneios de golfe e halterofilismo - não só na China, mas também em outros países asiáticos, como Singapura, Vietname, Tailândia, Malásia, Cazaquistão ou Uzbequistão. Foram também confirmados os adiamentos do início do campeonato de futebol sul-coreano e de diversos encontros da primeira liga japonesa.
Vírus também já se faz sentir na Europa
O coronavírus, contudo, não se ficou pelo continente asiático, com o seu impacto a fazer-se sentir também em território europeu, sobretudo, na última semana de fevereiro.
A 23 de fevereiro, a Liga italiana anunciou que diversos jogos que teriam lugar nas regiões da Lombardia e Veneto, no norte do país, uma das zonas mais afetadas em Itália pelo coronavírus, seriam disputados à porta fechada.
Na quinta-feira, foi a vez de a Federação suíça confirmar que todos os encontros da presente jornada, tanto no primeiro, como no segundo escalão, haviam sido adiados, para, 24 horas mais tarde, a Serie A adiar os encontros que seriam disputados sem público nas bancadas, também agendados para este fim de semana, para o mês de maio. Entre eles, o embate entre a Juventus, de Cristiano Ronaldo, e o Inter de Milão.
Pelo meio, foram várias as equipas, de diversas modalidades, a cancelarem a realização de treinos ou conferências de imprensa, como foram os casos do Valencia e da equipa de sub-23 da Juventus, entre outros.
O que ainda está para vir
Apesar das consequências que o coronavírus já causou no mundo do desporto, ainda existem motivos para alerta. Afinal, a propagação do vírus continua a ter efeitos um pouco por todo o mundo - já são cada vez mais os casos registados na Europa, e até nos Estados Unidos da América já se verificou um caso mortal.
Sendo assim, existem ainda eventos desportivos de enorme importância cuja realização está em risco - pelo menos, nas datas e locais previstos inicialmente -, sendo os Jogos Olímpicos de Tóquio o caso mais gritante. O Comité Olímpico já admitiu estar "preocupado", mas garantiu também estar "atento" à situação. "Uma decisão final depende sempre do que determinarem as autoridades sanitárias", alertou Juan Antonio Samaranch, vice-presidente do Comité Olímpico.
Competições futebolísticas de seleções como o Euro'2020 e a Copa América, cujos arranques estão previstos para junho, também poderiam ser afetadas pela propagação do coronavírus, assim como o campeonato do mundo de Fórmula 1 - a primeira corrida da temporada está prevista para 15 de março e seria disputada em Melbourne, durante o Grande Prémio da Austrália, mas as autoridades do país já alertaram para o facto de poder existir um adiamento, como já ocorreu com o Grande Prémio da China.
O próprio CEO da Fórmula 1, Chase Carey, também reforçou a ideia de que a realização das corridas está dependente do que digam as autoridades sanitárias, sendo que a Ferrari fez questão de restringir o acesso à sua fábrica de Maranello por tempo indeterminado.
Em suma, o mundo está em estado de alerta desde a chegada do coronavírus e o desporto não foge à regra. A saúde está em primeiro lugar e, por isso, diversas entidades desportivas estão a tomar medidas para que a propagação do vírus seja reduzida ao máximo. E isso pode levar ao adiamento, ou mesmo ao cancelamento, de diversas provas e eventos de renome mundial.