Esta tomada de posição vai de encontro aos pedidos já conhecidos por parte dos comités olímpicos de Noruega, Brasil, Espanha e Estados Unidos, e do paralímpico norte-americano, bem como das federações norte-americana de atletismo e natação, todos favoráveis ao adiamento de Tóquio2020, apesar do governo japonês e do COI manterem a intenção de organizar os Jogos nas datas previstas, entre 24 de julho e 09 de agosto.
Através de um comunicado, a RFEA realça que a "principal e mais alta prioridade" do organismo passa por "proteger a saúde e segurança dos seus atletas".
"O objetivo de todos eles [atletas], e também da RFEA, é que possam competir nas melhores condições possíveis, mas em nenhum caso comprometer ou arriscar a saúde e o bem-estar ", pode ler-se na nota divulgada.
Segundo o organismo espanhol, "não existem condições mínimas no panorama atual para os atletas se prepararem devidamente e competirem em igualdade" para chegarem aos Jogos no pico da forma física.
A RFEA sublinha que a propagação rápida do novo coronavírus coloca os atletas e treinadores "preocupados e sob tremenda pressão".
"Toda esta situação deixa os atletas e treinadores sob tremenda pressão, o que não só não favorece os seus desempenhos, mas também gera um estado de preocupação e ansiedade que os afeta fisicamente, mentalmente e emocionalmente", explicou.
A Real Federação Espanhola de Atletismo termina o comunicado com otimismo e confiança de que se encontre a melhor solução.
"Estamos convencidos de que o Movimento Olímpico saberá encontrar a melhor solução a favor da proteção da saúde e do equilíbrio de interesses de todos os atletas do mundo", finalizou.
Por sua vez, a presidente do conselho superior de desportos de Espanha aplaudiu e corroborou a decisão da RFEA em solicitar o adiamento do Jogos Olímpicos Tóquio2020.
"Decisão corajosa de Raúl Chapado [presidente da RFEA] e da RFEA na busca de proteger, acima de tudo, a saúde dos nossos atletas", escreveu Irene Lozano na sua rede social Twitter.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 11.401 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 164 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.032 mortos em 47.021 casos. Segundo as autoridades italianas, 5.129 dos infetados já estão curados.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.