Com a possibilidade de a I Liga recomeçar no final de maio - está interrompida desde março devido à propagação da pandemia do novo coronavírus -, José Gomes acredita que o campeonato só deverá voltar ao ativo quando estiverem reunidas todas as condições para que tal possa acontecer.
"Temos que ter muita consciência, há coisas que estão muito acima do futebol, como é o caso da saúde. Se a Direção-Geral de Saúde garantir que não há nenhum risco e, se ainda existir tempo no calendário, penso que devíamos permitir a integração dos jogos que faltam. A sensação que fica se não se terminar o campeonato é a de estarmos a defraudar toda a família que está envolvida, direta ou indiretamente, no futebol", comentou o treinador do Marítimo, em declarações prestadas ao jornal O Jogo.
José Gomes acredita que a I Liga deveria ser disputada até ao fim, sob pena de se defraudar toda a competição e de esta não contar "para nada".
"Acho que nenhuma das opções é justa. Primeiro, considerar anular todos os jogos seria estar a defraudar toda a gente. Nesse caso, seria como se estivéssemos a jogar PlayStation e não contava para nada. Em segundo, acabar o campeonato como está também dá uma certa sensação de injustiça para os clubes que ainda estavam a lutar por alguma coisa", defendeu, antes de prosseguir:
"Qualquer situação que não seja terminar os dez jogos que faltam vai ser sempre redutora e injusta para o futebol".
Sobre a possibilidade de os restantes jogos do campeonato serem disputados à porta fechada, José Gomes comentou: "Se isso vier a acontecer, significa que ainda há riscos de saúde implicados, por isso não concordo. Um jogo à porta fechada não é a mesma coisa, pois, no fundo, seria estar a esquartejar o futebol. Portanto, para avançarmos para os jogos, devemos garantir que não existe qualquer risco e que tudo está resolvido. Só depois é que podemos jogar, mas não à porta fechada".