Em entrevista ao Porto Canal, Nélson Puga frisou a confiança de que o campeonato será retomado. O diretor do departamento clínico do FC Porto explicou que serão realizados testes imunológicos aos agentes desportivos e deixou um esclarecimento: estes serão feitos por entidades privadas.
Nélson Puga explicou ainda o que será feito para poder continuar a competição, dentro de um panorama complicado devido à pandemia de Covid-19
Regresso: "Primeiro, começaremos a treinar isoladamente, com grupos separados de jogadores e, mais tarde, quando começarem os treinos de grupo, todos jogadores, staff e conviventes próximos serão testados. Estando negativos, a certeza e a segurança de que estamos a conviver com não infetados é maior. Criando ou mantendo os procedimentos de prevenção necessários, dessa forma vamos continuando a diminuir o risco para probabilidade muito baixa de contágio. Numa última fase, antes de começarem os jogos, 48 horas antes vamos testar a população. Se tudo for negativo, vamos a jogo com todas as precauções. O que me preocupa nem é o que possa acontecer entre os próprios jogos ou treinos, é o que possa acontecer fora do nosso ambiente»
Realização de testes a jogadores: “Nunca o futebol poderá ultrapassar aquilo que sejam as recomendações da DGS. E, até para esclarecer algumas noticias especulativas, não vamos roubar testes a ninguém. Vão ser realizados por entidades privadas. Não vão faltar testes para quem precisar".
Viagens de avião: "Nas deslocações às ilhas o que vai acontecer é que as equipas vão no seu avião, até podem viajar em charter, vão com testes negativos, aterram nas ilhas e vão imediatamente para um autocarro e daí para o hotel que por sua vez está descontaminado e vazio. Depois vão para os estádios e regressam ao continente. Qual é o risco aqui? O risco é muito baixo. Há questões de pormenor para ultrapassar com as autoridades sanitárias mas estou em crer que serão a seu tempo, com algum cuidado e bom senso, ser acordadas no sentido de criar no fundo condições para que isto aconteça. E desmistificar um bocadinho os receios que outras pessoas possam ainda ter”.
Deslocações em Portugal: "Se formos para estágio, por exemplo no hotel que utilizamos habitualmente, essas unidades estão infelizmente fechadas. Já antes de termos suspenso o campeonato tínhamos implementado com os hotéis medidas de maior rigor e segurança. O que vai acontecer é que vamos, nos estágios, adaptar às nossas necessidades os detalhes necessários para continuarmos com esse risco muito baixo. Tendo quartos individualizados para cada pessoa, espaços para restauração maiores, salas de reuniões maiores também. As pessoas, como está tudo fechado, há precauções, a higienização já era mais cuidada até antes das competições terem parado, o risco de estar num hotel também vai ser baixo".
E se um jogador for infetado?: "O campeonato pararia se essa medida fosse aplicada no início da pandemia. Mas já estamos a perceber que há vários níveis de adaptação e nem toda a gente que contactou com um infetado fica em quarentena. Os de baixo risco já não são aconselhados a realizar o teste. (...) O que é lógico no futuro é que se existir alguém que tenha Covid positivo, esse fique isolado, e sejam testados os que tiveram contacto próximo ou sejam considerados de alto risco e a vida tem de prosseguir com normalidade desde que outros sejam negativos e assintomáticos. É assim que vamos atuar e a sociedade o irá fazer. Antes de começarmos, vamos tentar realizar testes imunológicos a toda a nossa população a ver se temos pessoas já imunes e esses podem ter medidas mais alargadas do que os restantes"