Frederico Varandas assumiu a presidência do Sporting em setembro de 2018, já com a temporada desportiva em andamento, e poucos dias depois do fecho do mercado de transferências, sem margem para se movimentar por reforços.
Depois de ter herdado as escolhas de Sousa Cintra, contudo, em janeiro de 2019 o novo presidente leonino teve a oportunidade de fazer chegar a Alvalade os seus primeiros reforços para a equipa principal do Sporting, já depois de ter despedido José Peseiro e ter contratado Marcel Keizer para ocupar o cargo de treinador.
Mas ainda a campanha eleitoral estalava com decibéis bem audíveis, quando, na mesma altura, as críticas do vigente presidente ao seu antecessor se fizeram sentir em relação à Academia: "O nosso plantel terá de ser sempre com base na formação, mas temos de a ter. Não basta dizer que eu quero jogar com a base da formação. Têm de jogar os melhores e a nossa formação era a melhor. Se queremos voltar a jogar com a formação, aqueles miúdos têm de voltar a ser os melhores."
E a verdade é que Frederico Varandas nos primeiros passos como alto dirigente dos leões não tornou a Academia uma prioridade apesar de ter salientado por mais do que uma vez que "em 2022 teria a melhor Academia do Mundo".
A Academia foi bandeira bem levantada para um presidente que começou por gastar mais de 40 milhões de euros em novos jogadores para o plantel principal verde e branco em apenas três janelas de transferências.
Todavia o chip mudou e, efetivamente, o presidente já não olhou para o que podia gastar, mas para o que podia ganhar com vendas de futuras 'pérolas' ainda em fase de maturação: casos de Matheus Nunes, Eduardo Quaresma ou Nuno Mendes.
E se o tema Academia sempre foi 'assunto de guerrilha' entre Frederico Varandas e Bruno de Carvalho, eis que o vigente presidente não perdeu oportunidade, numa recente entrevista ao canal 11, de dar nova alfinetada ao antecessor: "Quando chegámos, o Joelson, o Nuno Mendes, entre outros, estavam soltinhos para assinar por outros clubes. Tivemos de aguentar o assédio de tubarões europeus. Se houve assédio cá dentro? Ate hoje tem havido bom senso, não temos entrado em qualquer guerra santa. Investir na Academia não é só mudar os relvados", referiu o presidente em funções ao canal 11.
A Academia passou a ter um novo valor e ao comando de Rúben Amorim ainda mais
O novo treinador dos leões começou a trabalhar em fevereiro último no comando técnico verde e branco e, sem oportunidade de poder recorrer ao mercado, Rúben Amorim virou-se para a prata da casa.
Exemplo disso foi o que aconteceu na última partida do Sporting, diante do Tondela, em que o técnico de Alvalade promoveu a estreia mais prematura de um jogador no onze titular: Nuno Mendes (com apenas 17 anos).
Aposta na Academia e numa juventude como há muito não se via: o Sporting entrou em campo com uma média de 23,36 anos, a mais baixa desde a época 2012/13.
Depois de 'esvaziar' o legado que recebeu, o Sporting de Varandas, esta temporada, já vendeu, por exemplo, Thierry Correia, mas também conseguiu fazer entrar na equipa mais de uma mão cheia de 'craques' saídos de Alcochete.
Por esta altura, a baliza verde e branca está aos comandos de Maximiano, a defesa tem Eduardo Quaresma como esteio, Nuno Mendes está a aparecer, Miguel Luís e Rodrigo Fernandes desceram na hierarquia, mas surgiu Matheus Nunes para o seu lugar. Na frente, Pedro Mendes já foi lançado, Jovane está a confirmar-se como certeza e Joelson aguarda apenas oportunidade para começar o que se perspetiva uma carreira de feitos.
Assim, somados, o Sporting soma nesta altura nove nomes que da baliza à frente de ataque se podem assumir, em breve, como titulares e opções válidas para Rúben Amorim, que na sua curta passagem por Braga já mostrou que tem especial apetência por fazer brilhar os 'meninos da cantera'-
