O adiamento, face à pandemia de covid-19 que 'parou' o mundo do desporto durante quase quatro meses, com a retoma, progressiva e ainda concentrada em apenas alguns desportos, a começar só há algumas semanas, veio trazer tranquilidade aos cerca de 43% de atletas que ainda falta qualificar para o evento.
Ainda assim, a incerteza quanto à evolução da pandemia e a os moldes de realização da competição no verão de 2021, entre 23 de julho e 08 de agosto, permeia os últimos tempos, ainda que os organizadores mantenham a convicção de que o evento irá para a frente, para marcar um "triunfo contra a covid-19", como descreve o Comité Organizador.
Ainda assim, segundo um estudo da agência noticiosa Kyodo, apenas um em quatro japoneses apoiam a realização dos Jogos em 2021, com cerca de um terço a pedir o cancelamento e um outro terço a considerar mais sensato um novo adiamento.
O presidente do Comité Organizador, Yoshiro Mori, disse quarta-feira que o desenvolvimento "de uma vacina ou de um medicamento" para o novo coronavírus é essencial para a realização da prova, num ponto em que o país, em particular a área metropolitana de Tóquio, regista este mês um aumento súbito do número de infetados.
Ainda assim, a reeleição da governadora da zona metropolitana de Tóquio, Yuriko Koike, para mais um mandato, foi um sinal positivo de "vontade política", segundo o chefe da Missão portuguesa nos Jogos Tóquio2020, Marco Alves, uma vez que esta era, dos candidatos, "a única que defendia os Jogos".
Para já, é preciso compreender "o que se pode replicar de 2020 em 2021", no que toca à logística e preparação de uma missão nacional, e entender "o impacto de uma simplificação dos Jogos", que COI e Comité Organizador têm 'apregoado' em várias reuniões.
"A dúvida que nos assalta são esses ecos. Não é ainda conhecido o que acarreta esse mecanismo [de simplificação, e que impacto terá na logística", reforçou Marco Alves, em entrevista à agência Lusa.
O COP está "a reatar tudo o que estava previsto para 2020", tendo publicado todos os calendários de competição, após a 136.ª reunião do COI, na última semana, o que dá "algum conforto para preparar deslocações", num momento em que estão apurados 34 atletas lusos.
Certo é que para 2021 se quer um impacto "minimizado" no lado desportivo da prova, ainda que toda a estrutura em seu redor possa ser "simplificada", perante sinais "ainda parcos dos japoneses" no que toca ao conceito e à presença, ou não, de espetadores nas bancadas, ainda que a "bilhética tenha sido reativada" e a intenção seja a de contar com os adeptos.
A um ano, são muitas as questões para os atletas, desde logo pelas assimetrias no desconfinamento e recuperação entre países (espera-se a participação de 206 nações no evento) durante o caminho até Tóquio2020, no qual será necessário recuperar forma competitiva, participar em torneios de qualificação ou estabelecer marcas de apuramento.
Os Jogos Olímpicos Tóquio 2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia de covid-19, estando marcados para decorrer de 23 de julho a 08 de agosto, com 34 portugueses já apurados, em 10 modalidades diferentes.
O adiamento estende-se, igualmente, aos Jogos Paralímpicos, agora marcados para a capital japonesa entre 24 de agosto e 05 de setembro de 2021.