Os bracarenses vêm de um empate em Vila do Conde, diante do Rio Ave (0-0) e, nas últimas cinco jornadas, apenas ganharam um jogo (2-1, fora, ao Farense) - perderam um e empataram três.
Na conferência de imprensa de antevisão da receção aos boavisteiros, Carlos Carvalhal relativizou a ideia de quebra, notando que, "nos últimos 14 jogos nas competições internas", o Sporting de Braga "só perdeu um jogo", contra o Benfica, "a jogar 11 contra 10" durante muito tempo.
O treinador frisou mesmo que a equipa melhorou de produção diante do Rio Ave, "num jogo muito disputado, de machos, de guerreiros".
"Diante do Boavista, temos que manter a agressividade, no bom sentido, a transição ofensiva, melhor no capítulo ofensivo e, sobretudo, na finalização. Estamos apostados em fazer um bom jogo, contra uma boa equipa, bem orientada, que está em crescendo, mas estamos positivos e queremos conquistar os três pontos", disse.
Carlos Carvalhal considerou ainda que "esta época é uma maratona" e que é normal haver "regressões", "tirando o Sporting, que é a equipa mais regular, mas que também se falou em crise por ter empatado dois jogos".
"Mas nenhuma equipa na Europa foi sujeita ao que nós passámos em fevereiro", frisou, numa alusão ao calendário muito carregado nessa fase.
O técnico considerou ainda que, durante esse período mais intenso de jogos, houve uma sobrecarga em "três ou quatro jogadores com muita influência na equipa" porque "não havia muitas alternativas".
Apesar de tudo, o Sporting de Braga diminuiu para dois pontos a distância para o Benfica, terceiro classificado, mas Carlos Carvalhal não quer falar em motivação extra.
"Temos tendência de olhar só para nós, mas toda a gente perde ou empata", notou, garantindo que a "confiança está em crescendo".
"Aumentámos os níveis de confiança do Belenenses SAD para o Rio Ave, fomos uma equipa robusta, faltou 'perfume' num ou noutro lance. O guarda-redes do Rio Ave foi o melhor em campo, o do Belenenses SAD também fez boas defesas, mas temos que temos que meter a bola lá dentro", disse.
O médio líbio Al Musrati está a cumprir o Ramadão desde 13 de abril (o período vai até 12 de maio), nono mês do calendário muçulmano que dita que os fiéis daquela religião não podem comer, nem beber desde o nascer até ao por do sol.
"Esse é um problema. Quando um jogador muçulmano não ingere alimentos e líquidos desde o nascer até ao pôr do sol, mais ou menos das 05:00 até às 20:20, isso faz com que não esteja nas melhores condições para ajudar a equipa e, por isso, não jogou em Vila do Conde. Esteve no banco, porque dada a hora do jogo [20:00] já pôde comer e beber alguma coisa. Ele pode ser utilizado, mas depende muito da hora do jogo", explicou.
O treinador lembrou a sua experiência em dois países muçulmanos, na Turquia e nos Emirados Árabes Unidos: "a grande dificuldade é na primeira semana, é muito custosa a adaptação do organismo a uma realidade diferente".
Esgaio regressa previsivelmente ao 'onze' depois de ter cumprido castigo na última ronda.
Sporting de Braga, quarto classificado, com 55 pontos, e Boavista, 14.º, com 28, defrontam-se a partir das 19:00 de quarta-feira, no Estádio Municipal de Braga, jogo que será arbitrado por Luís Godinho, da associação de Évora.
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