Jamie Carragher fez, esta sexta-feira, uso do espaço de opinião que assina no jornal britânico The Telegraph para sair em defesa de José Mourinho, que, no início da presente semana, foi demitido do comando técnico do Tottenham.

Na opinião do ex-capitão do Liverpool, "existe maior foco naquilo que ele já não está a conquistar ao invés daquilo que já conquistou", pelo que atira: "Digam o que disserem do registo recente dele, não altera o facto de Mourinho ser um dos melhores treinadores de todos os tempos".

"Agora que terminou nos spurs, merece reconhecimento como parte de um 'adeus' respeitoso do futebol inglês, porque não vejo como o José possa voltar a funcionar na Premier League. Ele treinou três dos 'big 6', e os outros três nunca o contratariam. Não me parece alguém que esteja interessado em juntar-se a um 'projeto' que não lhe dê chances realistas de conquistar grandes troféus", escreveu.

"Os adeptos dos spurs e do [Manchester] United dirão que a ausência de Mourinho não será sentida. Para o resto de nós, a personalidade dele será. Ele tem uma aura que nenhum outro treinador tem, espalhando pó de ouro em cada entrevista, independentemente de concordar ou não com os comentários dele. Sem o treinador de bilheteira da sua geração, as zonas de entrevistas e as áreas técnicas de Inglaterra são já menos coloridas", acrescentou.

Jamie Carragher admitiu, no entanto, que a relação com José Mourinho começou da pior maneira: "Nunca me esquecerei do meu primeiro encontro com José Mourinho. Foi no Millennium Stadium de Cardiff, durante a final da Taça da Liga de 2004, e o treinador do Chelsea correu para a área técnica para acusar o meu companheiro de equipa, Luis Garcia, de mergulhar".

"Corri para o local e não o poupei. 'Não comeces com a me*** dos mergulhos', gritei. 'A tua equipa do FC Porto era a pior'. A altercação durou 30 segundos. Os adeptos do Chelsea e do Liverpool adoraram. O Chelsea derrotou-nos no prolongamento e fiquei perturbado. Após o jogo, Mourinho encontrou-me. O humor dele estava muito diferente e deu-me as condolências. 'Sabes que só estava a lutar pela minha equipa, não sabes?', disse", rematou.

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