A seleção nacional estreou-se com uma vitória (3-0) no Euro’2020, diante da congénere húngara. Em declarações ao Desporto ao Minuto, António Folha, treinador da equipa B do FC Porto, falou de um “um resultado justíssimo” e acredita que este “bom início pode, de facto, criar uma boa expetativa para o futuro”.
O antigo internacional português não questionou as escolhas do selecionador, mas reforça que Fernando Santos teve um ‘bisturi cirúrgico’ na hora de operar as substituições.
“Enquanto treinador não olho muito para o leque de opções, mas sim para a competência que foi colocada pelos jogadores que estavam em campo. Ninguém melhor que o Fernando Santos sabe qual é o onze ideal de Portugal. A verdade é que as alterações foram bem feitas e, de facto, deram-nos aquilo que, até lá, a seleção nacional não tinha tido: maior agressividade no ataque e depois acabaram por surgir os golos com naturalidade. O desequilíbrio individual com bola permitiu acelerar nas costas da defesa húngara e isso acabou por fazer toda a diferença nos instantes finais da partida”, asseverou o técnico de 50 anos, que saiu em defesa de Ronaldo.
O internacional português marcou dois dos três golos da equipa das quinas diante da congénere magiar, porém, algumas das vezes, as críticas ao madeirense têm-se feito sentir dentro e fora do país.
“É, de facto, engraçado como um jogador do nível de Ronaldo continua a ser questionado. Acho que isso não faz sentido. É verdade que Ronaldo já tem alguma idade, mas ele continua a ser uma máquina e prova isso jogo após jogo. É normal que, em 15 anos de carreira, Ronaldo tenha jogos que não tenham corrido tão bem, mas não podemos colocar em causa seja o que for. Ele habituou-nos mal e continua a habituar-nos mal, porque ontem [terça-feira], mais uma vez, provou que ele está lá e faz a diferença. Não é um jovem, mas continua a saber ocupar os espaços e a criar oportunidades para depois fazer os golos. É um jogador que não se pode questionar. Se Ronaldo não for titular na seleção nacional, o futebol está todo ao contrário”, frisou António Folha, perspetivando já o próximo duelo da seleção de todos nós.
“Portugal já criou uma identidade muito forte e, por isso, deve abordar este encontro [frente à Alemanha] sem receio nenhum de o ganhar e com a qualidade que tem mostrado. Acho que a estratégia deve passar por aí. Independentemente de a Alemanha ser uma seleção muito forte, nós temos de jogar a pensar nos três pontos, afinal somos os campeões europeus. Se não for assim, não faz sentido em pensar revalidar o título”, complementou o técnico da equipa B dos dragões, exemplificando, mais uma vez, alguns sinais dessa ambição.
“Portugal está a lutar para ser primeiro deste grupo, pelo que conheço do Fernando Santos e da comitiva nacional. E estou otimista de que a seleção pode ir muito longe neste Europeu, e tem condições mais do que suficientes de chegar até à final e, quiçá, de reconquistar este troféu”, rematou.
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