"Nunca pensei chegar aos 1.000 jogos, nem nunca os contabilizei, nem me preocupei com isso. Mas, quando me disseram que faltavam oito ou nove para os 1.000, reparei nisso e comecei a fazer contas", contou à Lusa o técnico luso.
Mourinho pegou na 'calculadora' e percebeu, rapidamente, que, ao longo de mais de duas épocas, num trajeto iniciado em 2000, os números são impactantes: "90.000 minutos, mais descontos e prolongamentos... É muita coisa!".
Para já, o total vai em 999 jogos, cumpridos ao comando de Benfica (11), União de Leiria (20), FC Porto (127), Chelsea (185 na primeira passagem e 136 na segunda, para um total de 321), Inter Milão (108), Real Madrid (178), Manchester United (144), Tottenham (86) e Roma (quatro).
Muitos jogos e, a cada 40, um título, num total de 25, incluindo duas edições da Liga dos Campeões, pelos 'dragões' (2003/04) e pelo Internazionale (2009/10), uma Taça UEFA, também pelos portistas (2002/03) e uma Liga Europa, nos 'red devils' (2016/17).
Em todos os países por onde passou, foi campeão, somando oito cetros, três em Inglaterra, dois em Portugal e Itália e um em Espanha, e venceu também todos os outros troféus, somando 13 entre taças, supertaças e taças da liga.
Mourinho já ganhou quase tudo ao nível de clubes -- nunca disputou o Mundial e perdeu nas três vezes que disputou a Supertaça Europeia -, incluindo o prémio de treinador do ano da FIFA, mas afirma que continua a ser, basicamente, o mesmo.
"Não mudou nada em mim, na minha essência como pessoa ou treinador. Tudo o que acontece tem um sentimento de 'déjá vu', parece que tudo me aconteceu e nada me surpreende. No fundo, o valor da experiência, um capital que muitos tendem a desvalorizar, mas que, tanto no futebol como na vida, tem um valor muito grande", explicou a Lusa o treinador português.
Depois de seis títulos pelo FC Porto (2001/04), mais seis na primeira passagem pelo Chelsea (2004/08), cinco no Inter (2008/10), três no Real Madrid (2010/13), dois na segunda aventura nos 'blues' (2013/16) e três no Manchester United (2016/19), Mourinho só quer continuar a somar.
"O mais marcante é o próximo jogo, e o próximo, e o próximo e sempre o próximo... até ao ultimo", explicou José Mourinho, que quer continuar a ganhar, mesmo que isso passe por repetir conquistas passadas.
Treinador principal desde que assumiu o Benfica, em 2000/01, apenas não somou títulos nos 'encarnados', na União de Leiria e, mais recentemente, no Tottenham, mas em nenhum desses clubes cumpriu época completas. Agora, a sua missão chama-se Roma.
"Falta-me ganhar o próximo jogo, porque títulos seria sempre repetir o que já ganhei", disse à Lusa Mourinho, reforçando: "Quero ganhar jogos, quero ganhar o próximo, quero levar os meus jogadores, o meu clube e os adeptos do meu clube a serem felizes, a experimentarem sensações desconhecidas para eles, de acordo com o nosso potencial enquanto clube".
A receção ao Sassuolo, marcada para domingo, pelas 20:45 locais (19:45 em Lisboa), da terceira ronda da Serie A 2021/22, é o próximo jogo e é especial, pois é o jogo 1.000 de Mourinho, que soma 637 vitórias, 205 empates e 157 derrotas, sendo que as duas equipas marcaram 1.962 golos e sofreram 853.