Enquanto o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou hoje a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística de terça-feira, já depois de ter ajudado os russos a vencer a prova por equipas, o COI considera "inapropriado" organizar as cerimónias de entrega de medalhas sem que tudo esteja resolvido.
A instância olímpica defende que, "por uma questão de equidade entre os atletas", vai aguardar para que a eventual violação das regras antidopagem por parte da atleta russa esteja ou não estabelecida, o que normalmente demora vários meses, para então determinar o pódio das provas por equipas, o mesmo sucedendo caso Valieva termine entre as três primeiras na prova individual.
Por seu lado, a Rússia rejubilou hoje com a decisão do TAS de permitir que a jovem patinadora prossiga nos Jogos: "Todo o país a apoia, bem como todas as nossas patinadoras na prova individual."
Em mensagem na sua conta Telegram, o Comité Olímpico Russo (ROC) qualifica a decisão do TAS "a melhor notícia da jornada", enquanto o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov manifestou-se "contente" por a adolescente poder competir na prova individual de terça-feira: "Todo o país deseja que Kamila vença os Jogos."
A jovem russa testou positivo a trimetazidina em 25 de dezembro último, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.
Em 11 de fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é "menor de idade" e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.
A agência prometeu publicar os resultados desta investigação na sua página oficial na Internet.
O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia, enquanto país, foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo.