Com pelo menos seis presenças na competição em que equipas de seis elementos se defrontam sobre um relvado sintético, num recinto 'indoor' com tabelas, o antigo defesa de emblemas como Vitória de Guimarães, Benfica, Estugarda (Alemanha) e Zenit (Rússia) realçou que a "preocupação" imediata da organização e dos participantes é a de que a "guerra" termine, apesar da próxima edição estar marcada para 21 e 22 de maio.
"O torneio estava previsto para março, mas, entretanto, passou para maio. O mais certo é nem existir em maio. Agora é a altura para se conseguir a paz e depois tentar voltar à normalidade. Enquanto houver guerra, garantidamente não há torneio", vincou à agência Lusa o ex-jogador de 43 anos, hoje empresário ligado ao desporto.
Responsável por reunir os antigos internacionais lusos que disputam a Legends Cup, através da sua empresa, a MNM Sports, Fernando Meira salientou que os membros da empresa organizadora, a New Sport, estão a "pagar pelos erros das pessoas que estão à frente" da Rússia.
"Queremos que a guerra passe. Temos muitos amigos na Rússia, que fazem parte da organização do torneio. Esses amigos não estão envolvidos nesta tomada de decisões [do poder político da Federação Russa]. Como eles, muitos russos não querem esta guerra, mas infelizmente 'pagam' pelos erros das pessoas que estão à frente do seu país", detalhou.
Internacional pela seleção das 'quinas' em 54 ocasiões, com dois golos marcados, o ex-atleta radicado em Guimarães disse compreender o fim da "ligação" de várias "marcas e empresas" multinacionais à Rússia e vincou o desejo de ver "ultrapassada a guerra" para que "o mundo" possa caminhar de regresso "à normalidade".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.