O presidente da UEFA, Alexsander Ceferin, concedeu esta quinta-feira uma extensa entrevista ao portal brasileiro Globoesporte, na qual se voltou a mostrar fortemente contra a ideia do Mundial de futebol a cada dois anos.
"O Mundial a cada dois anos foi uma ideia muito absurda. Nós tivemos muitas conversas com a FIFA sobre isso, nós (UEFA) e a CONMEBOL. E estou feliz de ver que a FIFA entendeu que a ideia não faz sentido e agora está fora de questão. Mas, para mim, essas duas situações são completamente diferentes. Uma é a Superliga, com pessoas que simplesmente não se importam com ninguém a não ser com eles próprios e o lucro deles. A outra ideia é simplesmente uma ideia que não é boa", começou por dizer Ceferin.
Questionado sobre a Superliga Europeia, que vários clubes querem ressuscitar num futuro próximo, o dirigente esloveno classificou o projeto como uma "ideia morta".
"Eu nem gosto de chamar Superliga porque isso pode ser tudo, menos "super". Foi uma decisão tomada por pessoas que pensam que podem comprar o futebol. Que acham que adeptos de futebol são clientes, que pensam que devem apenas jogar entre si e que os clubes médios e pequenos não têm o direito de jogar. A reação da sociedade foi muito forte. Não foi uma reação do futebol, foi uma reação da sociedade. Para mim a ideia está morta, claro, mas existem três clubes que ainda acreditam que a Terra é plana. Deste modo, essa ideia foi claramente para destruir o futebol", vincou, antes de acrescentar:
"Eu nem quero falar mais dessas pessoas, porque elas vieram de novo com isso no meio de uma guerra. Primeiro no meio da pandemia, agora no meio da guerra. Tenho que falar sobre eles outra vez? Sobre a maneira como eles entendem a sociedade? Acho que não."
Ceferin abriu ainda a porta à participação de seleções sul-americana na Liga das Nações.
"Não posso dar muitos detalhes agora, mas é viável, com certeza. Depois da criação da Liga das Nações, as nossas seleções não disputam mais tantos jogos amigáveis. As grandes equipas sentem falta de jogar contra Brasil, Argentina e Uruguai. Eles dizem-nos que gostariam de jogar. Isto seria algo muito bom, mas ainda não estamos no ponto de compartilhar isso com o público ainda", finalizou.