Garry Kasparov voltou, esta sexta-feira, a recorrer às redes sociais para alertar para as possíveis consequências de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) não entrar em ação para travar as investidas das forças militares russas na Ucrânia.
O antigo campeão do mundo de xadrez avisou que "a Síria e a Bielorrússia foram convidadas para chacinar ucranianos na Ucrânia, e atirou: "Parem de dizer-me que a NATO não está obrigada a defender a Ucrânia dos crimes de guerra de Putin. A obrigação é moral".
"Não estão obrigados a abafar os temas de conversa do Kremlin nas redes sociais, mas estão a fazê-lo de qualquer maneira. Ouvimos todos estes mesmos argumentos sobre como qualquer intervenção na Ucrânia levaria a uma guerra, em 2014. Agora, a guerra chegou de qualquer maneira e temos o sangue de dezenas de milhares de inocentes nas nossas mãos e uma mancha na alma", escreveu.
"Putin vai aumentar sempre a parada. É apenas a estratégia dele. Ele vai aumentar a parada se vocês intervierem e salvarem ucranianos, e vai aumentar a parada se não o fizerem. Por isso, devem reduzir a capacidade dele em fazer o mal. Quanto à ameaça nuclear, perguntem a vocês mesmos se estamos mais perto desse perigo agora, após oito anos sem fazer nada, e perguntem se continuar essa política faz sentido", prosseguiu.
"Se Putin é tão louco, por que acham que sabem tão bem o que ele vai fazer agora? Previ as ações de Putin melhor do que a maioria, mas não finjo que vejo o futuro. No entanto, tenho uma visão clara do passado. Quando Putin vê resistência que ameace o seu poder, ele retira-se. Quando não a vê, ele ataca. Ele é um sobrevivente, como qualquer ditador", completou.
Why are we always hearing about what the US and NATO won't do and never about what they will do? It's been one green light after another for Putin. Now Syria and Belarus are invited to slaughter Ukrainians in Ukraine.
— Garry Kasparov (@Kasparov63) March 11, 2022
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