O Sporting foi ao mercado de inverno à procura da sorte e encontrou-a numa cara bem conhecido nos lados de Alvalade. Islam Slimani voltou ao reino do leão para dar uma 'mãozinha' na frente de ataque. Agora, nove jogos depois, o argelino passou de um reserva de Paulinho, função que pertenceu a Tiago Tomás durante metade da época, a um titular cada vez mais certo.
Preponderância é chave
Slimani é caracterizado, desde que se tornou conhecido no futebol português, em 2013, como um jogador de área, com domínio abismal no jogo aéreo, com foco na finalização e em pouco mais. Estas características, no entanto, distanciavam o argelino do estilo apoiado por Rúben Amorim, que tem em Paulinho o exemplo de ponta de lança de que o 3x4x3 do leão precisa.
[Slimani leva nove jogos pelo Sporting, seis na I Liga, com quatro golos marcados]© Reuters
Contudo, o técnico do Sporting, que parecia reticente quanto ao regresso do avançado de 33 anos, deu uma oportunidade e terá mudado de ideias. Bastou experimentar Slimani uma vez e agora mostra que não quer outra coisa. Em nove oportunidades desde que chegou, o argelino participou em todas com grande importância. 453 minutos em todas as competições, 333 só na I Liga, com quatro golos, uma assistência e uma mudança na equipa do Sporting.
Melhor reforço de inverno
Slimani tem mostrado, jogo após jogo, que não regressou a Alvalade para ser reserva. Dizem os números que o argelino é, para já, o melhor reforço da janela de transferências de janeiro da I Liga. Desde o quarto jogo com a camisola verde e branca no campeonato, frente ao Marítimo, Slimani tem marcado e ajudado a equipa. Os mesmos números indicam, ainda, que o ex-Lyon já mostra melhor performance que aquela que Tiago Tomás apresentou na primeira volta do campeonato, antes de rumar à Bundesliga.
Nº de jogos (em todas as competições) | Titularidades | Golos | Assistências |
Minutos | |
Islam Slimani | 9 | 4 | 4 | 1 | 453 |
Tiago Tomás | 23 | 5 | 3 | 0 | 597 |
Muda o desenho, mudam-se as vontades
Com a entrada de Slimani, o Sporting mudou o desenho tático e, por consequência, algumas das ideias de jogo. De uma equipa caracterizada pelo 3x4x3 focado na rapidez de circulação de bola e no trabalho técnico dos extremos, estilo que levou a equipa de Alvalade ao título nacional, o Sporting passou a um 3x4x1x2 com um jogador solto na frente de ataque ao qual se juntam, por norma, Slimani e Paulinho, os dois pontas de lança do plantel verde e branco.
[Pedro Gonçalves e Nuno Santos têm ficado para trás nas opções do 'onze']© Getty Images
O tal desenho de Rúben Amorim, no qual o avançado de 33 anos tem entrado constantemente, acabou por 'roubar' espaço a outros intervenientes. Casos evidentes são os de Nuno Santos e, principalmente, Pedro Gonçalves. O primeiro passou a ser mais opção na ala esquerda, isto quando Matheus Reis não está apto ou recua para o centro da defesa. O segundo, depois de uma época de estreia brilhante, tendo sido menos protagonista este ano. Apesar de 'massacrado' por lesões, não se perfila nas escolhas iniciais dos leões há cinco jogos e, quando foi chamado frente ao Moreirense, na última jornada, não apresentou a qualidade habitual.
Com tanta influência nos últimos resultados do Sporting, Slimani arrisca-se, no bom sentido, a ser premiado com ainda mais tempo de jogo nas próximas oito 'finais' da I Liga, e o Sporting arrisca-se, igualmente no bom sentido, a tirar louros disso com aquilo que o argelino melhor faz: golos.
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