Na véspera de duelos europeus, o Sporting de Braga cumpriu com as lides domésticas e venceu o Benfica, por 3-2, com golos de Iuri Medeiros, André Horta e Vitinha para os anfitriões e de Darwin, de grande penalidade, e João Mário, para os visitantes, na abertura da 28.ª jornada da I Liga.
Na Pedreira, as águias podem ter colocado um ponto final nas aspirações de chegar ao segundo lugar, visto que em caso de vitória dos leões os encarnados podem ficar a nove pontos da vice-liderança. Já os arsenalistas distanciam-se, à condição, no quarto lugar, morando agora a seis pontos do Gil Vicente.
Os minhotos que chegaram ao intervalo com quase o dobro dos remates que o rival, apesar de um bom início dos pupilos de Nélson Veríssimo. A realidade é que numa fase precoce do encontro as ocasiões escassearam e o remate cruzado de Yaremchuk, após uma arrancada de Rafa, acabou por ser a grande ocasião das águias, numa primeira parte em que o internacional ucraniano ainda espreitou novo arrombo ao cofre arsenalista, na sequência de um passe de Gilberto.
Este maior domínio encarnado culminou no golo de Vertonghen, porém o lance acabaria anulado por força de um desvio com o braço esquerdo do internacional belga. Reação pronta dos comandados de Carlos Carvalhal que tiveram sempre em Ricardo Horta o enorme arquiteto para os sarilhos na grande área encarnada.
Germinava o perigo o avançado bracarense e traduzia em golo Iuri Medeiros. O futebolista de 27 anos, à passagem dos 28 minutos, viria a desbloquear o nulo na sequência de um livre direto à entrada da grande área visitante. Sexto golo de Iuri contra o Benfica e, simultaneamente, o sexto remate certeiro no presente campeonato.
Na etapa complementar, a Pedreira viveu nova explosão de alegria e tudo partiu de uma jogada fraternal: André Horta passou ao irmão Ricardo, devolveu a André e o médio entrou na área, fintou o guarda-redes do Benfica, Vlachodimos, e atirou para o fundo da baliza dos encarnados. Instantes depois, o guarda-redes helénico viria a ser gigante e a negar o terceiro a Vitinha. Aos 74 minutos, as águias reentraram na discussão do resultado, após Darwin reduzir de grande penalidade, na sequência de um lance em que Luís Godinho teve de recorrer ao VAR para assinalar o castigo máximo. Num final de jogo, sem tempo para grandes pausas, o internacional uruguaio viria a assistir, três minutos volvidos, para o golo do empate.
E quando se embarca num carrossel sem cinto de segurança há sempre um final à Hitchcock, e a verdade é que aos 79 minutos houve lugar para um novo golo: canto de Ricardo Horta, à esquerda, a bola sobrevoou a grande área, aterrou nos pés de Al Musrati, que cruzou para o flanco contrário, surgindo Vitinha, ao segundo poste, a desviar com êxito. Um triunfo que foi assistido por 16.073 espectadores. Nota até ao fim para a entrada de Berna, aos 90+6, que se estreou na I Liga com a camisola dos minhotos.
Momento do jogo: O golo de Vitinha aos 79 minutos e que selou a vitória do Sp. Braga no Clássico, após cinco minutos impróprios para cardíacos.
Acompanhamento:
Onze do Sp. Braga: Matheus Magalhães; Tormena, Paulo Oliveira, David Carmo; Fabiano, André Horta, Al Musrati, Rodrigo Gomes; Iuri Medeiros, Ricardo Horta; Abel Ruiz.
Suplentes do Braga: Tiago Sá, Yan Couto, Diogo Leite, Lucas Mineiro, Francisco Moura, Berna, Castro, Miguel Falé, Vitinha.
Onze do Benfica: Vlachodimos, Gilberto, Otamendi, Vertonghen, Grimaldo, Weigl, Meité, Rafa, Everton, Gonçalo Ramos e Yaremchuk.
Suplentes do Benfica: Hélton,Darwin, Seferovic, Diogo Gonçalves, João Mário, Nemanja, André Almeida, Paulo Bernardo e Morato.
Antevisão: Será a 152.ª vez que Sporting de Braga e Benfica se defrontam, num Clássico do futebol português que não tem a importância de outrora pelo facto de ambos os clubes estarem arredados das contas do título.
No duelo que abre a 28.ª jornada da I Liga, esta sexta-feira, pelas 20h15, dar conta que os minhotos ocupam o quarto lugar, com 49 pontos, apenas mais três que o vizinho Gil Vicente, já o Benfica situa-se no terceiro posto, com 61 pontos, a seis do rival Sporting.
Com o desejo de manter o quarto lugar, de um lado, e do outro lado da barricada o sonho de ainda chegar ao segundo lugar, obriga a que Sp. Braga e Benfica, sobretudo as águias, lutem pela conquista dos três pontos para que o objetivo mínimo não se torne para uns missão mais espinhosa, e para outros numa tarefa quase impossível de cumprir.
Este Clássico aparece na rampa de lançamento de duelos europeus, com os pupilos de Carvalhal a defrontarem o Rangers, na próxima quinta-feira, para os 'quartos' da Liga Europa, já as águias terão pela frente o Liverpool, na terça-feira, para os 'quartos' da Liga dos Campeões. Há apetite de saborear o prato europeu, mas antes há que lidar mesmo com os trabalhos domésticos.
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