A noite de terça-feira pode ter marcado o início do fim do sonho do Benfica em chegar às meias finais da Liga dos Campeões. As águias perderam na receção ao Liverpool (1-3), em jogo da primeira mão dos quartos de final e agora precisam de uma remontada épica em Anfield.
Os reds entraram a todo o gás na Luz, marcaram dois golos nos primeiros 45 minutos, e tentaram gerir a vantagem tangencial na segunda metade. No entanto, tudo se complicou para os ingleses com o golo de Darwin e Klopp viu-se obrigado a dar nova dose de adrenalina à equipa.
A noite na Luz foi fria e acabou ainda mais gelada por culpa de um velho conhecido. Luis Díaz, antigo jogador do FC Porto que em janeiro se mudou para o Liverpool, foi o carrasco das águias nesta primeira mão e terá hipotecado as possibilidades de o Benfica seguir em frente na prova milionária.
Vamos aos protagonistas.
A figura
Luis Díaz foi um autêntico pesadelo para os adeptos encarnados. O craque colombiano não se deixou intimidar com o coro de assobios, que vinha da bancada sempre que tocava na bola, e foi uma das maiores ameaças à defensiva encarnada ao longo de todo o jogo. Assistiu Sadio Mané para o segundo golo e, ainda antes do apito final, surgiu na cara de Odysseas para colocar um ponto final na história do jogo e deixar a Luz à beira de um ataque de nervos. O ex-FC Porto parece não deixar boas memórias aos adeptos do Benfica.
A surpresa
Mais uma exibição de alto nível de Odysseas nesta Liga dos Campeões. O guardião grego até não fica isento de culpas nos lances dos golos sofridos, mas também é justo dizer que foi o principal responsável pela conta inglesa não ter ficado ainda maior. Assinou várias defesas ao longo de todo o jogo, especialmente aquela a fechar o jogo, negando o golo a Diogo Jota e o 4-1 para o Liverpool.
A desilusão
Jogo pouco conseguido e até desastrado de Adel Taarabt. Raramente conseguiu contribuir ofensivamente e servir os homens da frente, ao mesmo tempo que a defender teve sempre muitas dificuldades. O médio marroquino falhou na missão de ligar jogo e perdeu várias bolas. Foi, sem grande surpresa, o primeiro sacrificado de Nélson Veríssimo.
Os treinadores
Nélson Veríssimo
Nélson Veríssimo havia prometido que o Benfica iria dividir o jogo com o Liverpool e foi isso mesmo que aconteceu, nomeadamente na segunda parte. A equipa soube reagir e foi atrás do prejuízo, tendo contado com o precioso apoio das bancadas. Fica, porém, a sensação de que mexeu tarde na equipa. Nos últimos 20 minutos era mais que evidente o desgaste físico e mental de vários jogadores.
Jurgen Klopp
Jurgen Klopp garantiu, na véspera, estar alertado para a qualidade do adversário e quis resolver o jogo na primeira parte para poder gerir nos segundos 45 minutos. O Benfica reduziu e esteve à beira do empate. Assim que fez uma tripla alteração voltou ao comando do jogo e viu Diaz deixar a eliminatória bem encaminhada.
O árbitro
Critério largo e nem sempre uniforme do espanhol Jesús Gil Manzano. Cedo se percebeu que não iria apitar ao mínimo contacto e decidiu não assinalar penálti aquando a queda de Darwin Núñez na grande área do Liverpool.
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