Em véspera do último encontro que fará pela seleção de futsal das 'quinas', após 187 internacionalizações, o jogador viu o recinto onde começou a praticar a modalidade ser batizado de Pavilhão Ricardinho, algo que deixa o atleta "orgulhoso".
"É maravilhoso. É algo que tu nunca imaginas. Eu, quando comecei a jogar futsal, nunca pensei que isto pudesse acontecer: ser uma referência da modalidade e também como cidadão para as crianças da minha cidade. Não só da minha cidade [Valbom, Gondomar], mas sobretudo, porque foi aqui que eu nasci, a cidade que me acolheu e me fez crescer como homem. E hoje poder estar a retribuir... não há sensação como esta", explicou o ala português, que joga atualmente nos franceses do ACCS.
O jogador de 36 anos, designado, por seis ocasiões, melhor jogador do mundo (2010, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018), espera que a homenagem e a condição de figura pública possam servir de inspiração para que os jovens procurem uma carreira semelhante à sua no futsal.
"Nós nunca queremos o brilho só para nós, eu, pelo menos, nunca fui assim. O que queria com este reconhecimento era que se criassem condições, ainda mais, para que os jovens possam ter essas hipóteses de chegar ao topo. Mostrar que é possível, sabendo eles de onde eu comecei. Se eu consegui ir dos zero aos 100, eles também. Basta quererem, acreditarem e trabalharem", afirmou.
Na quinta-feira, Portugal defronta a Bélgica, no Multiusos de Gondomar, naquele que será o jogo de despedida de Ricardinho pela formação lusa, apesar de ainda esperar jogar ao nível de clubes "pelo menos mais um ou dois anos", um momento que, segundo o jogador, será único na sua vida.
"Amanhã [quinta-feira] acho que ainda vai ser mais emocionante porque vou fazer aquilo que ainda não fiz: entrar com os meus filhos em campo pela primeira vez. Vai ser o título que me faltava. E receber o carinho de todos os gondomarenses e não só. Sei que vêm pessoas de muitos países, de outras cidades, para apoiar a seleção, a mim e para que eu possa ter esse momento em que me retiro onde tudo começou", disse o internacional português.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, que marcou presença no evento, Ricardinho é um motivo de "orgulho muito grande" para a autarquia, uma vez que "é um embaixador do concelho", "nunca nega as suas origens e, quando vai para o exterior, faz sempre de Portugal a sua terra".
Ricardinho, ao longo de mais de 20 anos como jogador profissional, passou por clubes como o Miramar, Benfica, japoneses do Nagoya e espanhóis do Inter Movistar, tendo no seu palmarés, entre outros troféus, a conquista da Liga dos Campeões, um Mundial e um Europeu, para além de diversos títulos nacionais.