O Benfica venceu o dérbi eterno, por 2-0, e deu uma enorme alegria ao FC Porto. Os dragões estão agora a quatro pontos do título, numa altura em que estamos a quatro rondas do término do campeonato.
As águias reduziram igualmente a distância para o Sporting, porém os ainda seis pontos parecem difíceis de ultrapassar. Para chegar ao tão ambicionado segundo lugar não só os pupilos de Veríssimo precisavam de vencer todos os jogos, como o campeão nacional tinha de perder dois encontros e empatar outro para haver câmbio de posições.
A verdade é que o título é mesmo uma miragem, e o Sporting pouco ou nada fez para ganhar um dérbi em que o Benfica começou a ganhá-lo ao minuto 15. Darwin recebeu um passe magistral de Vertonghen e deu lustro ao marcador, para, nos descontos, servir Gil Dias para a sentença. Entre estes dois golos, um mundo de coisas sucedeu.
Um Sporting com mais bola, mas péssimo a definir na hora da chegada à grande área rival, em oposição a um Benfica mais acertivo, mais clarividente, de bússola melhor regulada e a saber definir nas horas certas. Dois golos, um par de boas defesas de Adán, mais duelos ganhos e, quiçá, como nunca pode faltar, um pouco de sorte. Afinal, se a bola de Sarabia, nos instantes iniciais da segunda parte, entra na baliza de Vlachodimos, em vez de ir à trave, quiçá outro galo cantaria.
Porém, o futebol não pode ser avaliado pelos 'ses', mas pelas certezas. E a certeza que temos é que o dérbi foi ganho pela melhor equipa em campo.
Vamos então às notas desta partida:
Figura
Palavras para quê, quando ele já esgota um dicionário sozinho. Mais um golo, mais uma assistência, e tudo Darwin levou. Exímio nos duelos aéreos e na hora de driblar também não se fez rogado. A lista de tubarões europeus interessados no 'charrua' vai continuar a crescer e já parece difícil que no verão o internacional uruguaio não rume a outras paragens.
Surpresa
Numa linha mais recuada Vertonghen ganha um maior destaque. Mais acertivo na hora do corte, imperial no preenchimento dos espaços, o eixo central da defesa das águias ganhou outra dimensão com as garantias oferecidas pelo internacional belga. A juntar a tudo isto, que já não é pouco, o passe magistral para o golo do 'charrua' é para ver e rever várias vezes.
Desilusão
Exibição terrível de Sebástian Coates, perante o que nos habituou. Sem velocidade e sem mudanças altas para acompanhar Darwin, o central acabou devorado pelo uruguaio nos dois lances que resultam nos golos do Benfica.
Treinadores
Rúben Amorim reconheceu após o apito final que a estratégia correu mal e que Veríssimo foi melhor. E efetivamente foi. Numa primeira parte em que o leão tanta bola teve, pouca clarividência teve no último terço para finalizar jogadas. As substituições trouxeram alguns 'pós' de perigo reforçado à baliza de Vlachodimos, mas, no cômputo geral, o campeão pouco ou nada fez para colher um resultado distinto.
Nélson Veríssimo passou com distinção no dérbi eterno. Menos bola, mas, ainda assim, mais claro na hora de partir para o campo rival. Na primeira parte beneficiou de duas situações de golo, uma das quais acabou mesmo no cofre de Adán, vendo ainda um tento anulado. Na etapa complementar, soube pautar ainda melhor os tempos do jogo e 'matar' o leão nos descontos. Bem na estratégia, bem como nas alterações feitas no decorrer da etapa complementar.
Árbitro da partida
Sem lances graves em ambas as áreas, até porque não os houve, Fábio Veríssimo levanta muitas dúvidas aos amantes do desporto-rei. Afinal o que vale um amarelo, afinal o que vale um que cartão vermelho? Longe de ser consensual no critério disciplinar, muitas dúvidas se levantam no lance em que envolveu Gilberto e Nuno Santos. Havia ou não motivo para expulsar o jogador dos leões?
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