David Carmo mudou-se do Sporting de Braga para o FC Porto a troco de 20 milhões de euros, mais 2,5 milhões mediante objetivos, porém, a Sanjoanense detinha 10 por centro do passe e emitiu um comunicado, esta sexta-feira, a esclarecer os contornos das negociações.
Luís Vargas Cruz, presidente do emblema de São da Madeira, confirmou ter chegado a acordo com os minhotos para a alienação dos 10 por cento de passe que ainda estavam na sua posse, ainda antes de se concretizar o negócio entre Sporting de Braga e FC Porto.
Desta forma, a Sanjoanense garantiu 950 mil euros por parte do emblema de Braga e ainda irá receber 43 mil euros, relativos ao mecanismo de solidariedade, pagos pelo FC Porto.
"São cerca de 993 mil euros de uma venda absolutamente histórica para esta instituição, montante global pago no espaço de seis meses, dividido por três tranches, livres de encargos e outros tipos de custas, e que permitem à ADS não estar dependente dos prazos de pagamento acordados entre o SC Braga e o FC Porto (no mínimo 4 anos)", pode ler-se no comunicado.
Recorde-se que David Carmo passou pela Sanjoanense em 2014/15, antes de rumar às camadas jovens do Sporting de Braga, emblema que representou durante sete anos até confirmar a mudança para o Dragão.
Confira o comunicado na íntegra:
Consumada a transferência do atleta David Carmo para o FC Porto e após a ratificação do acordo com o Sp. Braga, por maioria, pela Direção da ADS na noite de ontem, e sendo do conhecimento público que a Sanjoanense detinha 10 por cento das dos direitos económicos numa futura transferência do jogador, vem o Presidente da Direção, tecer as seguintes considerações junto dos sócios e simpatizantes:
1) Há 13 anos, a ADS tinha 1,5 milhões de euros de passivo. Hoje, esse valor ronda os 400 mil euros. São 13 anos de (ainda) muitas dificuldades, muito sofrimento, muitas contas para pagar, mas o clube está às portas do centenário com outra vitalidade.
2) Em 2014, o atleta David Carmo reforçou os sub-17 da Sanjoanense. Uma época depois, foi vendido ao Braga, tendo a ADS ficado com 10 por cento dos direitos económicos após dedução de encargos e custas (resultado líquido) de uma futura transferência.
3) No acordo assinado em 8/7/2015, ficou estipulado que os 10 por cento resultariam do valor líquido da transferência, após deuzido os encargos direta ou indiretamente resultantes do contrato, custos de intermediação , agenciamento, mecanismo de solidariedade. Valor liquido esse que só seria liquidado, 120 dias depois do SC Braga receber a última prestação acordada com o FC Porto.( daqui a cerca de 4 anos) .
4) A AD Sanjoanense foi contactada pelo SC Braga, no último mês, para alienar esses 10 por cento, e foi resistindo sucessivamente a várias propostas, pese embora o clube continuar a atravessar dificuldades de tesouraria do dia a dia.
5) Na passada segunda-feira, fechou-se com o SC Braga a venda dos referido direito económicos a troco de 950 mil euros, mais os 43 mil euros relativos ao mecanismo de solidariedade, que serão pagos pelo FC Porto à ADS. São cerca de 993 mil euros de uma venda absolutamente histórica para esta instituição, montante global pago no espaço de seis meses, dividido por três tranches, livres de encargos e outros tipos de custas, e que permitem à ADS não estar dependente dos prazos de pagamento acordados entre o SC Braga e o FC Porto (no mínimo 4 anos).
6) Neste momento histórico para a ADS, a união entre todos os que compõem esta família deve estar acima da ganância. Desde há 13 anos que o pensamento racional guia o dia a dia deste clube. E foi a pensar no clube, tendo em conta a situação atual e as dificuldades vividas, que se fechou este acordo.
7) Reforço: se não se concretizasse este acordo, a AD Sanjoanense só receberia o valor líquido da transferência e somente 120 dias após a última prestação paga pelo FC Porto ao SC Braga.
8 ) Neste sentido, vem o Presidente da Direção solicitar ao Presidente da mesa da Assembleia Geral a marcação de uma Assembleia Extraordinária com caráter de urgência, para de forma transparente prestar toda a informação aos sócios e simpatizantes.
9) Este acordo não poderá desviar o clube do foco que tem sido estes 13 anos. A caminho do centenário, a ADS olha para 2024 com outra disposição: com a capacidade de renegociar e praticamente eliminar o passivo até lá, e de poder investir nas suas infraestruturas. Sem loucuras e com a humildade que caracteriza a cidade do trabalho.
O Presidente da Direção da ADS,
Luís Vargas Cruz
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