"Conheço perfeitamente o plantel e estou totalmente identificado com o seu valor. Gosto sempre de passar nos sítios onde sou feliz e as pessoas gostam de mim. A minha saída deste clube [em 2020/21] aconteceu porque é futebol. Quando aqui cheguei, ninguém me conhecia nem tinha ouvido falar de mim. O desafio foi lançado pelo [presidente da SAD] Miguel Ribeiro e agora voltou a acontecer de uma maneira normal", observou o técnico.
Quase três meses após ter saído dos sauditas do Al-Raed, que orientou desde janeiro, o luso-angolano oficializou o regresso ao clube pelo qual se estreou como técnico principal, numa conferência de imprensa realizada no relvado do Estádio Municipal de Famalicão.
O antigo adjunto de Marco Silva foi contratado em plena paragem da I Liga para os jogos das seleções nacionais, numa fase em que os minhotos têm uma vitória, cinco empates e uma derrota ao fim de sete jornadas e são o pior ataque da prova, com um golo anotado.
"Foi extremamente fácil [aceitar o convite]. Sempre me identifiquei com o clube, as suas pessoas, a cidade e o projeto, que nunca foi alterado. Continuam reunidas as condições para trabalhar no Famalicão. Voltei com a mesma naturalidade com que saí e encontrei ainda mais pessoas competentes neste grupo de trabalho e com a mesma ambição para fazer crescer o clube. Motiva-me muito trabalhar num clube como o Famalicão", avaliou.
João Pedro Sousa, de 51 anos, vai cumprir a terceira experiência na I Liga, na sequência de passagens por Boavista (2021/22) e Famalicão, que comandou entre maio de 2019 e janeiro de 2021, acumulando 21 vitórias, 19 empates e 19 derrotas em todas as provas.
"Da primeira vez que o Miguel [Ribeiro] me ligou, decidimos em cinco minutos que íamos avançar com esta parceria. Desta vez, se calhar, foi em dois ou três minutos, no máximo. Claro que não estava à espera [de voltar], mas sou um espetador atento e jamais deixo de seguir o Famalicão. É difícil dizer não ao Famalicão e ao Miguel Ribeiro", reconheceu.
A saída à 16.ª ronda da edição 2020/21 do campeonato, na 16.ª posição, com 14 pontos, contrastou com o desempenho protagonizado em 2019/20, quando os minhotos, então promovidos à elite 25 anos depois, registaram a melhor prestação em 10 participações e terminaram no sexto lugar, com 54 pontos, a um do inédito acesso às provas europeias.
"O primeiro erro que podemos cometer é fazer comparações. São contextos diferentes e nunca gosto de trabalhar sobre os feitos alcançados no passado. Dizia muitas vezes que jogaríamos para ganhar e isso continuará a acontecer. Queremos lutar, trabalhar e correr para ganhar, porque a situação é difícil e temos de rapidamente entrar numa velocidade de cruzeiro e em zonas classificativas que nos deem alguma tranquilidade", ambicionou.
João Pedro Sousa assinou por uma temporada e meia, até ao final de 2023/24, e orienta esta tarde o primeiro treino, na companhia dos adjuntos Carlos Pacheco, Manuel Santos, Paulo Silva, Vítor Alcino e Ricardo Silva, três dias depois da partida de Rui Pedro Silva.
"Tínhamos algumas opções em carteira, porque o Famalicão é um clube apetecível e os treinadores acreditam que podem ser felizes aqui. A escolha recaiu sobre o João Pedro Sousa pelo jogo e por ser alguém que conhece bem esta casa. A sua qualidade faz-nos crer que, com os atletas que temos, vamos recuperar o nosso jogo. Isso motivou a sua contratação", frisou o administrador Miguel Ribeiro, na mesma conferência de imprensa.
O Famalicão, 16.º e antepenúltimo colocado, com quatro pontos, um abaixo da zona de manutenção automática, vai receber o Boavista, quarto, com 15, em 02 de outubro, às 20:30, no Estádio Municipal de Famalicão, em partida da oitava jornada do campeonato.