O Benfica voltou a vencer o FC Porto após nove Clássicos consecutivos sem conhecer o sabor da vitória. Na noite de sexta-feira, as águias visitaram o Dragão e arrancaram um triunfo tangencial (1-0), em jogo da 10.ª jornada da I Liga, que permite assumir a liderança isolada do campeonato. Rafa Silva, com um golo aos 72 minutos, foi a grande figura do encontro, numa partida em que o futebol jogado ficou longe de ser o melhor.
Apesar da evidente qualidade dos dois rivais em campo, as sucessivas faltas, brindadas pelos cartões amarelos de João Pinheiro, quebraram o ritmo de um Clássico muito disputado mas nem sempre bem jogado. A expulsão de Stephen Eustáquio, aos 27 minutos, fez com que o FC Porto tivesse que recuar na abordagem mais ofensiva, ao passo que o Benfica foi competente, embora sem deslumbrar.
Vamos aos protagonistas.
A figura
Rafa Silva foi sempre a unidade mais perigosa do Benfica e acabou por ser o grande protagonista deste Clássico no Dragão ao ser o autor do único golo da noite. O avançado português foi decisivo, culminando uma exibição competente com um golo que, mais do que a liderança isolada, vale o regresso aos triunfos das águias nos duelos com o rival FC Porto. Rápido, expedito e sempre de olho na baliza de Diogo Costa.
⌚️90' FCP 0-1 SLB
— playmakerstats (@playmaker_PT) October 21, 2022
️Últimos 4 jogadores 🇵🇹portugueses do Benfica a marcar no Dragão:
Nuno Gomes (2005, 2006)
Rafa Silva (2019, 2022)
João Félix (2019)
Fábio Coentrão (2011) pic.twitter.com/1Xi7rZclYR
A surpresa
Otávio foi o jogador mais esclarecido do lado do FC Porto e manteve-se sempre ligado à corrente do jogo, orientando a equipa no momento ofensivo e sendo fundamental na organização defensiva a partir do momento em que a equipa fica a jogar com dez unidades, por força da expulsão de Stephen Eustáquio.
A desilusão
Stephen Eustáquio 'borrou a pintura' numa altura em que o FC Porto estava por cima do jogo. Se no primeiro amarelo poderá questionar-se o critério do árbitro, o mesmo não se pode dizer no segundo. A entrada sobre Bah foi fora de tempo e o vermelho foi ajustado. Comprometeu a equipa. Noite para esquecer.
Os treinadores
Sérgio Conceição
Se há coisa que um treinador não pode prever é uma expulsão tão madrugadora como a que o FC Porto teve neste Clássico. O vermelho a Eustáquio comprometeu a estratégia montada para o jogo, mas Sérgio Conceição não entrou em desespero e conseguiu ajustar a equipa sem ter que fazer qualquer alteração na constituição da mesma. O melhor elogio que se pode fazer é que em determinados momentos a desvantagem numérica até parecia não existir.
Roger Schmidt
No primeiro Clássico do futebol português, Schmidt saiu a sorrir, mas o futebol praticado no Dragão ficou longe do nível já mostrado esta época. Apostou em Fredrik Aursnes para deixar a equipa mais compacta, e o Benfica foi sempre mais competente a defender do que a atacar. No entanto, o objetivo principal foi alcançado. Ainda assim, pedia-se mais a que teve em vantagem numérica durante mais de uma hora.
O árbitro
João Pinheiro protagonizou um autêntico festival de cartões amarelos na primeira parte e mostrou um vermelho ainda antes da meia hora. Ficam algumas dúvidas se Bah também não devia ter visto uma cartolina vermelha, pelo acumular de faltas após o primeiro amarelo. No lance do golo esteve bem ao deixar a jogada correr e só depois anular por indicação do auxiliar. Em seguida, ouviu o VAR, revertendo a decisão para validar o golo.
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