Bernardo Silva recordou a sua grande vontade de voltar a vestir a camisola do Benfica. O médio do Manchester City começou por dizer que não acreditava que poderia chegar ao nível em que está hoje, muito pelo percurso de altos e baixos na formação das águias.
"O meu sonho não era jogar no melhor clube do mundo, era jogar no Benfica. Eu não sabia a que nível ia chegar. Comecei com sete anos e jogava sempre, dos 12 aos 17 joguei muito pouco. Não se desiste, mas pensa-se: 'Se calhar não vai ser suficiente'. Outros momentos em que aquilo volta a melhorar e voltas a acreditar. Quanto tens 13, 14, 15 anos nunca sabes a que nível vais chegar e ter chegado a este é um motivo de orgulho para mim porque estou num dos melhores clubes do mundo. Consegui chegar ao topo", começou por considerar em entrevista ao jornal Record.
Bernardo Silva falou sobre o 'ano de Liga dos Campeões' do Manchester City e ainda sobre as expectativas do Benfica na prova, na qual encontra desequilíbrio entre as águias e outros emblemas.
"O Benfica tem as suas aspirações, mas, sendo realista, não é fácil para um clube português competir com clubes que gastam 100 milhões em transferências. Mas o Benfica está lá e, a partir dos oitavos e quartos, tudo pode acontecer e é legítimo todas as equipas acreditarem que é possível. Como vimos no Mundial com Marrocos e Croácia. Quando é um jogo a eliminar, tudo pode acontecer e é legítimo estas equipas acreditarem que podem chegar longe", considerou.
O regresso ao Benfica foi também tema de conversa. Bernardo Silva não quer voltar à Luz para pendurar as botas, mas sim para ajudar.
"Se for para pendurar as botas, eu prefiro nem ir. Quero voltar ao Benfica para ajudar e tenho de me sentir em condições. Os jogadores, principalmente da minha posição, com as minhas características, jogam até aos mais alto nível pelo menos até aos 36 anos. Vemos Modric, que tem 37 anos e continua a jogar no Real Madrid, ganhou a Liga dos Campeões na época passada, voltou às meias-finais do Mundial... Vemos jogadores como Xavi, como Iniesta, que jogaram até muito tarde", disse, prosseguindo.
"Não vou esconder que o meu objetivo nos últimos anos, aparecendo uma coisa boa para outro sítio, será, provavelmente, mudar para um novo projeto. Indo para um novo projeto com 29 anos, já só acabo esse contrato provavelmente com 34. Se me perguntar o que achava há 10 anos, o meu objetivo era aos 32 anos, no máximo, voltar ao Benfica. O que acho hoje? Depende do que acontecer no próximo verão", atirou.
Apesar de não ter certezas, Bernardo Silva admitiu que pensa várias vezes num regresso ao Benfica.
"Não vou mentir, não é uma coisa em que não pense. Eu penso nisso todos os anos. Sempre foi um objetivo. Não consegui cumprir o meu sonho de jogar no Benfica quando tinha 19, 20 anos, mas ainda o quero cumprir", afirmou.
A presidência de Rui Costa mereceu igualmente comentário de Bernardo Silva. O médio ficou associado a declarações contra a direção de Luís Filipe Vieira, explicando-as agora.
"Os meus comentários foram simplesmente como benfiquista, por não concordar com dezenas e dezenas de episódios e pela forma como estava a ser gerido o meu clube. Quando Vieira sai da liderança e depois há aquelas eleições em que Rui Costa se candidata, eu não votei porque não estava em Portugal. Mas, se tivesse votado, não teria votado em Rui Costa. Tinha estado na direção de Luís Filipe Vieira e não sei se não poderia ter feito mais para algumas coias não terem acontecido. Por outros lado, desde que chegou à presidência, enquanto benfiquista estou muito contente com o que tem vindo a fazer", disse.
Já a temporada que as águias estão a fazer sob as ordens de Roger Schmidt tem surpreendido Bernardo Silva, que pede calma nas ambições.
"Não conhecia nada do trabalho dele [Schmidt]. Claro que é uma surpresa. Mas estamos a meio da época, deslumbramento nunca é bom. Já vimos muitas equipas perderem campeonatos e mandarem uma época por água abaixo por causa de um mês mau. Oito pontos são três jogos maus e o Benfica passa para segundo. Grandes indicações, a equipa a jogar muito bem, mas falta mais de metade da época. Vamos com calma", concluiu.
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