O Benfica retomou o rumo das vitórias na sexta-feira ao derrotar o Portimonense por 1-0. Nem de perto nem de longe a melhor exibição da temporada, mas o suficiente para somar três pontos preciosos.
João Mário encarregou-se de marcar o único golo encontro para uma equipa que se mostrou apática em certos momentos. Quando tomou a iniciativa, ou não acertou no alvo ou esbarrou numa grande muralha chamada Nakamura.
O guardião nipónico acabou por fazer as maravilhas no Estádio da Luz com uma exibição perto de exímia. A equipa de Roger Schmidt acabou a soluçar e sem remédio para o trabalho do adversário, que travou a maioria dos remates feitos pelo Benfica.
Os três pontos conquistados pelo Benfica acabaram revelar-se uma tradução à letra de um remate dos 11 metros. Com o dérbi à porta, Schmidt terá trabalho pela frente para reerguer a equipa.
Posto isto, vamos às notas.
A figura
Nakamura merece todo o destaque neste encontro. Com 13 defesas em toda a partida, o nipónico obrigou o Benfica a festejar a derrota mais magra da época em casa. A exibição, que começou manchada pela grande penalidade causada, acabou embelezada com um outro penálti defendido e uma série de defesas de destaque. Vale frisar que, até este jogo, era preciso recuar até 2020/21 para se ver a última grande penalidade defendida pelo Portimonense na I Liga.
A surpresa
Chiquinho entrou no onze inicial e deixou boa marca na vaga de Enzo Fernández. O médio, que normalmente adota posições mais ofensivas, deu esse espaço a Aursnes para jogar ao lado de Florentino Luís. Apesar de ter diferentes qualidade, mostrou rapidez na transição e acertou nos posicionamentos. Fora do contexto das taças, ao qual já se habituou, Chiquinho mostrou que tem qualidade para ser opção para o Benfica nos maiores jogos da temporada.
A desilusão
Draxler voltou a desiludir. Mais uma moeda, mais uma volta no carrossel e mais um jogo sem brilho. O alemão entrou lento no jogo e nunca conseguiu igualar o ritmo dos colegas, falhou uma série de passes e não se colou ao ataque, ocupando sempre uma posição mais recuada que não era a sua. Draxler tem qualidade reconhecida, mas tarda a dar resposta com a camisola do Benfica.
Os treinadores
Roger Schmidt
A gestão emocional da equipa esteve no ponto, mas forças terceiras mexeram com a equipa. A derrota frente ao Sp. Braga ainda assombrou os jogadores encarnados em momentos do jogo, principalmente com a grande penalidade falhada por Aursnes. Schmidt demorou a mexer na equipa, forçou os jogadores com que começou o jogo na tentativa de retirar frutos. Acabou por ter de mexer quando as pilhas esgotaram. A equipa apresentou-se em 2023 em sub-rendimento, tal como acabou 2022, mas ainda tem margem para recuperar a forma antes de defrontar o Sporting.
Paulo Sérgio
A estratégia do Portimonense na Luz foi a mesma usada em qualquer outro jogo grande. Com uma linha de três defesas vincada em vários momentos do jogo, os alvinegros tentaram ferir o Benfica nos contra-ataques, para os quais alinharam com avançados rápidos. Paulo Sérgio acabou por não ter a força que pretendia ao ver Sapara passar ao lado da partida e Yago Cariello pouco capaz de pegar no jogo desde trás e ultrapassar a linha defensiva do Benfica. Valeu muito a exibição de Nakamura, mas há mais valor por trás desta equipa, que, apesar do momento decrescente, ainda tem os lugares europeus à vista.
O árbitro
Vítor Ferreira assinalou três grandes penalidade, acertou duas por 'culpa' própria. A terceira, assinalada pelo assistente, acabou por ser bem anulada com recurso ao VAR. Partida segura do juiz de Barcelos.
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