O Chelsea surpreendeu tudo e todos neste mercado de transferências de inverno, gastando cerca de 330 milhões de euros em contratações, das quais se destacam as chegadas de Enzo Fernández e Mykhailo Mudryk.
Estes dois reforços assinaram contratos bastante longos, alegadamente para o Chelsea conseguir escapar às regras do fair-play financeiro. Ora, Gary Neville, antigo jogador inglês, desconfia dos benefícios destes acordos.
"Imaginemos que o Mykhailo [Mudryk] se torna num Lionel Messi dentro de quatro anos. O Chelsea vai dizer ‘Temo-lo por mais quatro anos com um salário baixo’. Não quero saber se tem mais quatro anos de contrato ou não, o certo é que o jogador vai espernear, o seu agente vai espernear, ele vai dizer ‘Quero mais dinheiro’. Vão acabar por lhe pagar um salário tipo Messi ou terão um jogador insatisfeito durante mais quatro anos, que se sentirá explorado por ter assinado um contrato de oito anos aos 22″, começou por dizer Neville, no podcast que tem na estação televisiva britânica Sky Sports.
"No futebol, neste país, com jogadores a vir do estrangeiro, não vejo como oito anos e meio de contrato possam ser cumpridos se o jogador evoluir mais do que aquilo que é hoje. E vão todos os treinadores que chegarem ao clube nos próximos oito anos querer o jogador? Será que o jogador vai querer voltar para casa? O futebol, como vemos neste país, não é a liga de futebol americano dos EUA, não vejo benefício nisto. Se assinares um contrato de cinco anos e o jogador render bem ao fim de três, ainda tens mais dois. Mas oito? Não entendo", acrescentou o antigo internacional inglês.
"Não vejo outro benefício que não seja o fair play financeiro, um mecanismo de contabilidade. Ou a roda pode ser reinventada e eles encontraram algo que nunca ninguém descobriu. Podem ser as pessoas mais espertas da sala dentro de dois anos ou as mais estúpidas. Não sei como será, mas será um ou outro, não há meio termo", finalizou Gary Neville.
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