O Benfica afastou os fantasmas que pairavam sobre o Estádio da Luz e bateu o complicado Boavista por 3-1. O resultado engana quem não assistiu ao encontro, volumoso demais para uma partida tão aberta até ao final.
Bracali foi o vilão da noite, impedindo as várias oportunidades de golo do ataque dos encarnados. Foi por culpa do brasileiro que o Benfica teve de arrastar o esforço até aos 90 para segurar a partida. Foi preciso colocar toda a carne no assador para se chegar ao golo. Gilberto, Gonçalo Ramos e Musa conseguiram quebrar o enguiço e entregar os três pontos às águias.
Com este resultado, o Benfica segue no topo da liderança de forma isolada e destacada. O FC Porto terá de esperar por novas oportunidades para assumir o comando da I Liga. São cinco os pontos que distanciam os dois rivais numa luta pelo título que começa a animar-se.
Posto isto, vamos às notas.
A figura
Bracali. É o nome da figura da partida. O resultado não torna a exibição do brasileiro menos brilhante. Foi o guarda-redes do Boavista quem manteve o conjunto de Petit vivo na segunda parte, impedindo as muitas oportunidades de golo do Benfica. Aos 41 anos, Bracali inspirou o mundo do futebol com uma exibição inesquecível na Luz, a qual quase complicou a vida ao líder. Melhor sorte para a próxima.
A surpresa
David Neres foi o elemento que verdadeiramente desatou o nó do jogo. Lançado ao intervalo, mexeu com a exibição do Benfica, tornou a equipa mais ofensiva, mais acutilante e colocou a defesa axadrezada em sentido. Nota positiva para o brasileiro que, apesar da influência que vai mostrando nos resultados das águias, nunca mais foi titular na equipa de Schmidt.
A desilusão
João Mário não esteve em jogo. O médio escondeu-se por várias vezes daquilo que era a ideia de ataque da equipa, não participou tão ativamente na transição rápida da equipa, explorou menos espaços que o costume e ficou marcado com um penálti falhado. Para quem foi tão determinante na Bélgica, ficou a desejar no conforto do seu lar.
Os treinadores
Roger Schmidt
Começa-se a desconfiar deste Benfica. O técnico alemão repetiu o onze de Brugge, mas não o preparou para as 'chatices' deste Boavista. Talvez se deva à pouca habituação a este tipo de adversários, mas Schmidt confiou demasiado nos jogadores que, na Bélgica, também demoraram para se afirmar. Mesmo com uma vitória por 3-1, fica o aviso para os próximos jogos, com o FC Porto ainda à espreita.
Petit
Nota mais para o treinador do Boavista. O plano que anunciou em conferência de antevisão acabou por resultado. A equipa não teve a bola que precisava para se sentir à vontade em campo, mas conseguiu, com a nova organização tática, o 4x3x3, segurar-se nos 15 minutos massacrantes do Benfica e deixar a equipa solta para explorar o ataque. A falta de pernas acabou por ser importante.
O árbitro
Hélder Malheiro teve uma exibição ao nível das outras. Nunca com grande aproveitamento, porque não acertou em todas as decisões, mas também não teve impacto no resultado final.
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