O jogador destacou a vitória (3-1) sobre o FC Porto, logo na jornada quatro do campeonato, em casa, como um dos "pontos-chave" no arranque da época, que marcou a estabilização da equipa no principal patamar do futebol nacional.
"Conseguirmos ganhar ao FC Porto mostrou que o Rio Ave podia ombrear com qualquer equipa em todos jogos. Nessa fase, tínhamos apenas um ponto, mas a boa resposta que demos acabou por mudar o arranque da época e dar-nos muita confiança", partilhou Guga, em entrevista à agência Lusa.
O centrocampista lembrou que na época anterior o Rio Ave tinha disputado a II Liga e que o regresso ao escalão maior no futebol português não foi fácil, apesar de a equipa ter atingido a manutenção a várias jornadas do fim do campeonato.
"Não estávamos à espera de conseguir o objetivo da manutenção tão cedo, mas sabemos que era possível. O início da época não foi fácil, com um calendário complicado com jogos com os 'grandes', e nós ainda sem o plantel a 100%. Mas demos boas respostas, nomeadamente nessa vitória com o FC Porto", recuperou.
Guga elegeu a "regularidade" como um dos grandes trunfos do Rio Ave nesta temporada, apontando os jogos em casa como fator chave para equipa fazer uma época tranquila.
"No nosso estádio, conquistámos muitos pontos [27 dos 40 com que terminaram a época] e fora também fomos conseguindo ser regulares a pontuar, o que na I Liga dá sempre confiança. Mas acho que, sobretudo, tirámos proveito de termos feito a nossa casa como uma fortaleza", analisou.
O médio destacou ainda o treinador Luís Freire como um dos mentores do sucesso do grupo, considerando que o técnico foi também fundamental para o seu crescimento como jogador.
"Apesar de ter apenas 37 anos, tem um currículo invejável, com muitas subidas. Íamos para o jogo com a matéria toda estudada. Há treinadores que passam nos momentos certos nos clubes e nas carreiras dos jogadores, e nesta fase da minha vida, o Luís Freire foi fundamental para dar o salto na qualidade de jogo e maturação que apresentei", confessou.
Guga foi um dos jogadores que aceitou ficar no clube, quando em 2021 o Rio Ave, após 13 anos consecutivos na I Liga, desceu ao segundo escalão, acabando por ser um dos atletas fundamentais no regresso dos vila-condenses ao patamar superior e na estabilização do clube esta época.
"Estava numa fase de interrogação na minha carreira e não foi fácil encarar essa descida. Mas percebi que o Rio Ave precisava de mim e acabei por aceder e ajudar. Foi uma fase de superação para mim e para o clube, arranjei forças onde não sabia que tinha e sinto-me orgulhoso de tudo o que conseguimos", recordou.
Nestas duas épocas e meia em Vila do Conde, o médio enalteceu o trabalho do presidente António Silva Campos, que recentemente anunciou que não se vai candidatar, devido a questões pessoais.
"É considerado o melhor presidente da história do Rio Ave. Conseguiu revolucionar o clube, estabilizando uma equipa que era intermitente na manutenção e levando-a às competições europeias. Consegui criar com ele uma relação de amizade. Se estou no Rio Ave é graças a ele, acreditou em mim numa fase difícil da minha carreira. Desejo-lhe tudo de bom e muita saúde", finalizou.
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