Sensivelmente 24 horas após a surpreendente saída do comando técnico da seleção de Itália, Roberto Mancini tem visto o seu nome ser apontado à congénere da Arábia Saudita e já há muitos italianos que não hesitam em arrasar a sua decisão, entre os quais Stefano Barigelli, diretor do jornal Gazzetta dello Sport.
"Mancini não tem desculpas, não tem como fugir da seleção. Você pode sair de um banco de repente, mas não assim, com um simples e-mail, sem se importar com ninguém, desde adeptos a italianos que nem se interessem por futebol, mas estão em Itália", começou por dizer.
"A seleção é de todos. No futebol sopra forte o vento do cinismo e do dinheiro assumido como único valor, absoluto e destruidor. Não existe respeito pelos acordos, pelos contratos, pela palavra. Pior, é considerado a parafernália dos tolos", prosseguiu.
"Nesse contexto, em que jogadores superfaturados prejudicam conscientemente o clube que lhes pagou um salário considerável até a véspera e promotores nunca satisfeitos renegociam contratos recém-assinados, o futebol italiano viveu um dia de muita tristeza, que marca um de seus pontos mais baixos. A partir daqui temos de recomeçar, dar entretanto uma resposta técnica de qualidade a um problema significativo", vincou ainda.
"A Itália já vai disputar o apuramento para o Campeonato da Europa em setembro, que temos a obrigação de conseguir. Então haverá tempo para refletir sobre como sair deste pântano", completou o diretor da referida publicação.
De referir que Roberto Mancini treinava a Itália desde 2018 e, depois de ter sucedido a Portugal com a conquista do Euro'2020, acabou por ficar (surpreendentemente) de fora do Mundial de 2022, disputado no Qatar.
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