Iñaki Williams, uma das referências do Athletic Bilbao, concedeu uma entrevista à ESPN, divulgada esta quarta-feira, a dar conta do seu trajeto de vida até chegar ao futebol espanhol, da escolha pela seleção do Gana e não hesitou em colocar-se ao lado de Vinícius Jr na luta contra o racismo.
"A minha mãe disse ao meu pai que estava grávida e o meu pai disse que tinham de sair do Gana. Foram pelo deserto e tiveram de beber urina para sobreviver em África. O meu pai foi andava descalço e queimou inclusive as plantas dos pés. Tiveram de enterrar pessoas pelo caminho, é assustador", começou por contar.
"O meu avô faleceu este verão e lembro-me que ele queria que eu jogasse pelo Gana. Consegui e pude honrá-lo. Quando fomos lá este verão, o meu irmão e eu vimos miúdos descalços na estrada e eu disse-lhe: 'Olha, Nico, se não fossem a mãe e o pai, podíamos ser um destes miúdos'. Essa é a verdade", acrescentou.
Além disso, o avançado de 29 anos foi confrontado com os mais recentes contornos da polémica com Vinícius Jr no Mestalla, quando foi alvo de insultos racistas no Valencia-Real Madrid, no passado mês de maio, tendo até deixado uma sugestão após uma comparação.
"A verdade é que se tens muito dinheiro, como é o meu caso, não olham para a cor de pele, mas se és um vendedor ambulante, a coisa muda de forma bem clara. O que aconteceu [no Mestalla] é algo que o Vinícius Jr não tem de sofrer. Mas agora dá visibilidade a todas as pessoas que foram vítimas de racismo e que teriam ficado gratas se o Real Madrid tivesse saído e o jogo tivesse sido interrompido. A reação tinha de ser essa", atirou.
Recorde-se que Iñaki Williams encontra-se ao serviço do Athletic Bilbao desde 2012/13, tendo feito praticamente toda a carreira de sénior no mesmo clube.
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