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"Chipre? Foi um risco recusar propostas de outros mercados europeus"

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o avançado explica a opção pela mudança para o Chipre no último verão. O ex-Sporting recorda, ainda, a passagem pelos Países Baixos, um país cinzento, e fala dos projetos para o futuro.

"Chipre? Foi um risco recusar propostas de outros mercados europeus"
Notícias ao Minuto

08:12 - 16/10/23 por Rodrigo Querido

Desporto Exclusivo

Foi de braços abertos que Pedro Marques aceitou, no passado verão, uma proposta para rumar ao Chipre. E é neste pequeno país ao largo da Turquia que tem dado nas vistas nas últimas semanas, ao ponto de ser o melhor marcador da equipa.

Sem o espaço previsto nos neerlandeses do NEC, para onde se mudou em definitivo em 2022 após uma longa ligação ao Sporting, o avançado, de 25 anos, foi à procura de um local onde pudesse alcançar a tal regularidade que todos os futebolistas procuram. E encontrou-a, ao serviço do Apollon.

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Pedro Marques, que marcou três golos no último jogo oficial da formação cipriota, fala-nos da evolução que teve com a passagem pelo futebol dos Países Baixos e aponta baterias a uma mudança para a Premier League no futuro.

Sobre um eventual regresso ao Sporting, e até mesmo ao futebol português, o jovem natural de Lisboa coloca de lado, para já, voltar às origens. Mas não descarta essa opção no futuro.

Apollon? Foi um risco que decidi tomar ao rejeitar as propostas dos mercados que fechavam a 31 de agostoDepois de alguns anos no futebol dos Países Baixos, com um regresso a Portugal pelo meio, chega a oportunidade de rumar ao Chipre. Como surgiu esse convite?

Na época passada, não tive a temporada mais feliz em termos de minutos jogados e estava à procura de uma solução. Surgiram várias oportunidades durante o mercado de verão, e a do Apollon, do Chipre, foi a mais aliciante para mim em termos de perspetivas para o futuro.

Esta mudança surge depois do fecho do mercado nos Países Baixos. Tinha a noção de que não ia ser opção tão regular no NEC como pretendia e por isso é que quis sair?

Sabia que a minha situação não tinha mudado muito de uma época para a outra, mesmo depois do meu bom desempenho com poucos minutos. Também sabia que, para o meu desenvolvimento, tanto pessoal como profissional, precisava de ter minutos nas pernas, e a proposta do Apollon surgiu depois do mercado europeu já estar fechado. Foi um risco que eu decidi tomar ao dizer que não aos mercados, que fechavam a 31 de agosto, e esperar por mercados que fechavam mais tarde. E correu bem.

Chipre? Está a correr bem, é totalmente diferente dos campeonatos que experienciei em Portugal e nos Países Baixos

O facto de o campeonato contar com alguns portugueses também pesou na decisão de rumar ao Chipre, no último verão?

Pesou na decisão de aceitar. Tive a oportunidade de perguntar [sobre o Chipre] a vários colegas com que já joguei e treinadores. E consegui recolher bastantes boas informações, especialmente sobre o clube. E isso fez com que inclinasse a minha decisão para o sim.

E falou com alguém que estava já a jogar no Chipre, antes de assinar pelo Apollon?

Uma das pessoas com quem falei foi o Diogo Sousa, antigo guarda-redes do Sporting. Ele tem um colega que já esteve, inclusive, aqui, no Apollon. Resolvi ligar-lhe e ele fez essa ponte. Acabei por receber boas informações. Também falei com o mister Filipe Çelikkaya [treinador do Sporting B] a perguntar a sua opinião sobre a minha mudança. Foi uma pessoa muito importante no meu passado e ainda o tenho em grande consideração neste momento. Não só pelo seu conhecimento, como também pela sua experiência no geral. Também falei com o Pepê [Rodrigues], que está aqui noutro clube e que jogou comigo no Famalicão.

Já leva quatro jogos no Chipre e quatro golos, três deles na última partida do Apollon. Como é que está a correr essa adaptação?

Está a correr bem, é totalmente diferente dos campeonatos que experienciei, em Portugal e nos Países Baixos. E essa diferença leva tempo a adaptar. Mas, com as características certas e o conhecimento certo, será um campeonato onde poderei tomar proveito de certas características que ele tem.

A equipa foi para a pausa das seleções na liderança do campeonato. Ser campeão é também um objetivo para si e para o clube?

O primeiro objetivo é voltarmos aos playoffs das competições europeias. No ano passado, eles falharam esse objetivo. E, depois, sim, voltarem a ser campeões, algo que aconteceu pela última vez há duas épocas. Eles querem voltar a trazer essa felicidade.

E como é a vida no Chipre? É um país menos cinzento do que os Países Baixos...

Uma das maiores diferenças que se sente na transição entre os dois países é mesmo essa [a do tempo]. Nos Países Baixos, chove nove meses por ano, e, aqui, no Chipre, faz sol de verão quase nove meses por ano. Essa diferença torna qualquer pessoa mais feliz.

Notícias ao Minuto Pedro Marques leva quatro golos no Chipre© Apollon

Regressemos a essa passagem pelos Países Baixos. Dordrecht, Den Bosch e depois NEC. Que balanço faz dessa passagem pelo futebol neerlandês?

É bastante positivo. A primeira passagem foi muito boa, consegui fazer muitos golos. Tive o azar de a pandemia se meter pelo meio e de os Países Baixos não recomeçarem o campeonato. Estávamos a fazer um excelente percurso como equipa e eu, a nível individual. Poderia até haver a oportunidade de continuar o meu percurso profissional lá diretamente, sem ter a necessidade de voltar a Portugal. Mas a pandemia obrigou-me a voltar.

Notícias ao Minuto Pedro Marques fez seis golos e cinco assistências em 21 jogos pelo Dordrecht© Getty Images

Vai pela primeira vez para os Países Baixos em 2019 para dois empréstimos na segunda divisão de lá, naquela que foi a primeira aventura no estrangeiro. Como foi jogar nesse segundo escalão?

A segunda divisão dos Países Baixos tem bastante qualidade e é muito jovem. Nesse sentido, não houve grande diferença [em relação à formação do Sporting]. Mas claro que foi muito diferente. Foi a primeira vez que fui morar sozinho no estrangeiro e uma primeira época de bastantes primeiras vezes. Foi muito importante para mim para crescer, especialmente, como pessoa.

Notícias ao Minuto Pedro Marques ao serviço do Den Bosch onde fez oito golos em sete jogos© Getty Images  

Depois da primeira aventura nos Países Baixos, volta ao Sporting, mas sem o tempo de jogo que, certamente, queria. É cedido ao Gil Vicente e Famalicão em épocas distintas e volta ao campeonato neerlandês para assinar pelo NEC. A experiência anterior por lá pesou na decisão de querer voltar?

Quando voltei a Portugal, tive a oportunidade de treinar sempre colado à primeira equipa do Sporting e, inclusive, fazer um bis na Taça de Portugal. Depois, tive um empréstimo muito positivo no Gil Vicente. Achei que ia ter oportunidade no Sporting, depois disso, mas não aconteceu. Foi aí que fui emprestado ao Famalicão, e reconheço que essa não foi a minha melhor época em termos de sucesso. Depois disso, a nível contratual, tinha mais um ano de ligação ao Sporting, e, aí, eu e o clube achámos que estava na altura de fecharmos as relações em termos contratuais. Foi aí que segui para os Países Baixos.

Esse seguimento esteve muito relacionado com o meu desempenho na minha primeira passagem e que permitiu que muitas pessoas me reconhecessem muito valor, ainda me se lembrassem de mim e me convidassem para ir fazer parte do NEC. O diretor desportivo, que antes da pandemia estava no Twente, já me tinha reconhecido valor e já tinha perguntado por mim, mas acabou por não haver nenhum seguimento. Anos mais tarde, e como o futebol é uma ervilha, ele soube que eu estava à procura de um clube, e eu também sabia que os Países Baixos eram um destino provável, por me conhecerem. E foi aí que surgiu a oportunidade de fazer a mudança de novo para lá.

Foi para um país muito conhecido pela formação de avançados. É diferente ser avançado nos Países Baixos do que em Portugal?

Sim, até porque nos Países Baixos, como gosto de dizer, eles preferem ganhar 5-4 do que 1-0. E isso permite que o jogo seja mais ofensivo. Os avançados, e os atacantes no geral, acabam por ter mais oportunidades. E isso é bom para o desenvolvimento do jogador.

Notícias ao Minuto Pedro Marques mudou-se para o NEC em 2022. Ainda está ligado ao clube neerlandês© Getty Images  

E sentiu alguma evolução enquanto jogador no período que lá esteve?

Sim, fui exposto a mais situações diferentes e isso fez com que aprendesse a lidar com as várias situações que aparecerem no jogo. Abriu a minha visão sobre o futebol e sobre como ser ponta de lança. Toda a gente sabe que o ponta de lança vive das suas qualidades, mas também é uma das posições em que se vive muito da experiência que se ganha ao longo do anos. Nesse sentido foi muito positivo.

Leia Também: "Achava que tinha capacidade para ser o sucessor de Paulinho no Sporting"

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