Já com o apuramento para o Euro'2024 na mão, Portugal voltou a ser dono e senhor de uma noite de muito sucesso, esta segunda-feira, com a goleada frente à Bósnia e Herzegovina (0-5), no Estádio Bilino Polje, num jogo que não só confirmou o primeiro lugar do grupo J, como ainda conduziu Roberto Martínez a novo recorde.
Fruto de uma primeira parte de luxo, a seleção portuguesa tratou de fechar o resultado ainda antes do intervalo, sendo que o mote foi dado por Cristiano Ronaldo, com um bis a abrir o 'ketchup' que se seguiria. O avançado do Al Nassr voltou a fazer das suas na cobrança de uma grande penalidade (5') e, mais tarde, viu o seu bis (20') ser anulado pelo árbitro assistente... até que veio a festa com a validação do videoárbitro.
Pouco depois, Bruno Fernandes ampliou as contas (25') e contribuiu ainda para aquele que seria o quarto golo da seleção, num belo momento de João Cancelo (32'), que aproveitou uma tentativa falhada de remate de CR7. Até ao intervalo, ainda houve tempo para João Félix, outro jogador do Barcelona, rubricar o 0-5 final (42'), embora também tenha precisado da intervenção do VAR para poder festejar.
O segundo tempo pouca história teve para contar, destacando-se os aplausos a Cristiano Ronaldo aquando da substituição (66') e ainda para a estreia de João Neves (85') pela equipa das quinas. O oitavo triunfo consecutivo - nos primeiros oito jogos da era Roberto Martínez - permitiu mesmo quebrar um recorde (de sete vitórias seguidas) que pertencia a... Fernando Santos.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Cristiano Ronaldo assume-se como a principal figura do encontro, sobretudo, pelo bis que deu o mote para a goleada de Portugal. O avançado português voltou a mostrar que é especialista em grandes penalidades e ainda teve a frieza necessária para fazer novo golo dentro dos primeiros 20 minutos - a sua reação à validação por parte do VAR parece dizer tudo. Já depois de ter estado envolvido noutros lances de perigo, o craque madeirense abandonou o relvado aos 66 minutos com direito a uma grande ovação.
Surpresa
João Félix voltou a ser lançado para o onze por Roberto Martínez quatro meses depois da última vez, curiosamente também frente à Bósnia e Herzegovina, tendo surpreendido os seus adversários diretos pela mobilidade que apresentou em campo. O avançado deu seguimento ao protagonismo que tem tido no Barcelona e não só assistiu para o segundo golo de Cristiano Ronaldo, como ainda apontou o quinto e último golo da seleção a fechar o primeiro tempo.
Desilusão
Edin Dzeko não fez uma péssima exibição, mas a verdade é que esteve muito apagado no jogo ofensivo da sua equipa, sobretudo no primeiro tempo em que nunca foi uma ameaça para a linha defensiva da equipa das quinas. O avançado do Fenerbahçe - que tinha protagonizado um momento curioso com Cristiano Ronaldo ainda antes do jogo - até registou apontamentos de maior relevo na segunda parte, mas o capitão finalizou os 90 minutos em campo sem qualquer oportunidade. Pedia-se mais...
Treinadores
Savo Milosevic não mexeu muito em relação à jornada anterior, mas as nuances táticas de olho na missão defensiva acabaram por sair completamente ao lado do esperado. A linha de quatro defesas esteve muito desorganizada e prova disso foi a forma como Portugal conseguiu fazer grande parte dos golos, mesmo pelo corredor central. As substituições ao intervalo permitiram uma ligeira melhoria na forma de chegar à baliza contrária, mas nem assim o selecionador da Bósnia viu a sua equipa criar perigo.
Roberto Martínez já tinha referido que não pretendia 'revolucionar' o onze base de Portugal e, por esse motivo, procedeu a quatro alterações, ainda que com impacto em todos os setores do terreno. A dedicação em querer e lutar por mais manteve-se inalterada e o coletivo da equipa das quinas voltou a funcionar como se de uma máquina oleada se tratasse - se é que já não se trata... Também as substituições revelaram ser estratégicas no segundo tempo, em função do desgaste dos jogadores em campo.
Árbitro
Umut Meler protagonizou uma arbitragem segura e sem decisões polémicas, embora tenha precisado da ajuda do videoárbitro por mais que uma ocasião. O juiz turco foi perentório na hora de assinalar a grande penalidade (convertida por Cristiano Ronaldo) por braço de Barisic na bola, num lance em que aguardou a validação do VAR, tendo ainda visto o seu assistente anular (erradamente) os golos de CR7 e João Félix. O VAR interveio e, de resto, o jogo seguiu com normalidade.
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