"Vários jornalistas, nomeadamente a equipa de reportagem da CMTV, foram verbalmente agredidos, ao mesmo tempo que adeptos batiam nos carros e intimavam os jornalistas a abandonar a via pública", transmitiu a associação, em comunicado enviado às redações.
Denunciando as "atitudes cobardes e de incitação à violência" de uma "pequena minoria ruidosa", o CNID solicitou "especial atenção" às forças policiais e pediu ao FC Porto que, dentro das suas diligências aos desacatos ocorridos durante a AG, inclua uma "pequena investigação" para poder "ajudar a responsabilizar gente que não interessa ao desporto".
O presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), José Lourenço Pinto, suspendeu os trabalhos na segunda-feira, na sequência de uma sessão magna agitada e com confrontação entre sócios, que incidia na deliberação dos novos estatutos do clube, mas, face à forte afluência, mudou de local à última hora.
A AG extraordinária estava agendada para começar a partir das 21:00, num auditório do Estádio do Dragão, com lotação para quase 400 pessoas, número largamente abaixo dos milhares de sócios que se juntaram nas imediações, com a MAG a transferir os trabalhos para o pavilhão Dragão Arena, que ultrapassa os 2.000 espetadores em dias de jogos.
A reunião magna reiniciou já depois das 22:30, mas várias pessoas abandonariam o local ao fim de pouco tempo, na sequência de altercações verificadas nas bancadas, conforme atestam vídeos divulgados nas redes sociais e relatos de sócios que conseguiram entrar.
Os trabalhos foram suspensos e remarcados para 20 de novembro, às 21:00, no Dragão Arena, com o FC Porto a assegurar hoje que utilizará "os meios que tem ao seu alcance" para identificar os responsáveis pelas "agressões físicas" e abrir processos disciplinares.
A hipotética adoção do voto eletrónico e por correspondência, a filiação sénior mínima de 15 anos, em vez dos atuais 10, para se concorrer à presidência ou o acesso ao direito de voto após dois anos ininterruptos como sócio são algumas das mudanças em discussão.
Elaborado pelo Conselho Superior, órgão consultivo do FC Porto, o documento protege a manutenção da maioria do capital social da SAD perante uma eventual entrada de novos investidores, alargando ainda a abertura à realização de negócios entre os titulares dos órgãos sociais e os 'dragões', desde que salvaguardem o "manifesto interesse do clube".
Qualquer alteração dos estatutos necessitará de dois terços de votos favoráveis para ser aprovada, entrando em vigor no dia seguinte ao da publicação da escritura pública, que deverá ser realizada num prazo de 30 dias junto da Conservatória do Registo Comercial.
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