Eficácia foi a palavra de ordem na vitória, na tarde de sábado, do FC Porto ante o Famalicão. Na sempre complicada viagem até ao Minho, os azuis e brancos passaram com distinção diante da equipa de João Pedro Sousa com três golos sem resposta.
A chave para a vitória em Famalicão esteve em marcar em três momentos certos: a abrir e a fechar a primeira parte e no final da etapa complementar, matando uma possível reação dos minhotos. Depois da derrota em Barcelona, os portistas deram uma resposta cabal e colam-se na frente aos rivais, Benfica e Sporting, que ainda entram em campo nesta 12.ª ronda do campeonato português.
No terreno do sétimo colocado da prova, Evanilson marcou logo a abrir a partida (nove minutos), Taremi ampliou as contas a fechar o primeiro tempo (45+4)' e Francisco Conceição deu a estocada final nos minhotos (87'), um trio que construiu a segunda vitória consecutiva dos portistas na I Liga, metendo pressão sobre os principais rivais.
Mas deste trio, houve um 'mosqueteiro' que mais sobressaiu. Taremi, que tem sido alvo de algumas críticas nas últimas semanas pela ausência de golos, retribuiu em golos, e numa boa exibição, a confiança que Sérgio Conceição lhe passou. Nos festejos, o abraço entre ambos mostrou esse mesmo sentimento.
Já o Famalicão pode queixar-se da falta alguma de sorte e, sobretudo, da falta de pontaria. Os minhotos até tiveram mais bola, contaram com oportunidades para marcar a Diogo Costa, mas falharam nos momentos cruciais do encontro.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Mehdi Taremi foi o homem da partida em Famalicão. Não marcava para o campeonato desde a quinta jornada, mas nem por isso transpareceu pouca confiança durante a partida. Marcou numa altura crucial do jogo, em cima do apito para o intervalo, o que, certamente, terá levado João Pedro Sousa a 'rasgar' as notas que tinha previstas para deixar aos seus jogadores tendo em vista o segundo tempo. A forma efusiva como festejou o golo mostrou bem a necessidade que tinha de colocar um ponto final na crise de confiança.
Surpresa
Fica na retina a exibição de Gustavo Sá. Mais retraído na primeira parte, o jovem de 19 anos subiu de rendimento na etapa complementar. Foi através dele que o Famalicão agitou as águas na segunda parte e passaram por ele quase todas as jogadas de perigo. Saiu depois de um toque de Evanilson.
Desilusão
Zaydou Youssouf costuma ser um dos pêndulos do meio-campo do Famalicão, mas no jogo de ontem isso não aconteceu. Aos passes errados e dificuldades perante a intensa pressão do FC Porto, o médio juntou uma expulsão já na reta final da partida.
Treinadores
João Pedro Sousa
O Famalicão apresentou-se nesta partida sem um plano B para contrariar as ideias do FC Porto. Os minhotos tinham claramente uma estratégia de procurar os espaços nas costas da defesa portista, assim como aproveitar algum erro do adversário, mas a pressão alta dos portistas rapidamente anulou o plano da equipa minhota. Sem ideias para conseguir dar a volta à situação, o Famalicão ainda andou perto da baliza de Diogo Costa. Ainda assim, a falta de pontaria não ajudou ao essencial: a que a bola entrasse nas redes adversárias.
Sérgio Conceição
Depois da derrota a meio da semana em Barcelona, esperava-se uma resposta positiva dos dragões no Minho e foi mesmo isso que aconteceu. O FC Porto alcançou uma das mais expressivas vitórias da temporada no campeonato nacional, apesar de alguns calafrios que foi apresentando aqui e acolá no decorrer do encontro. O facto de ter marcado em três momentos cruciais da partida ajudou a que a vitória tranquila, numa equipa que tem tido algumas oscilações esta temporada.
Arbitragem
António Nobre apresentou-se em Famalicão com uma exibição abaixo das expectativas. O juiz da AF Leiria deu um critério disciplinar largo e tomou algumas decisões discutíveis do ponto de vista disciplinar, que podiam ter mudado o rumo do jogo. A começar pela grande penalidade por uma possível mão de Eustáquio a remate de Gustavo Sá. Ficam dúvidas sobre o gesto do médio canadiano. O árbitro não foi chamado pelo VAR Rui Costa para rever o lance, pelo que há também culpa para o juiz que estava na Cidade do Futebol. Mais à frente na partida, um pisão do brasileiro Evanilson a Gustavo Sá foi sancionado apenas com uma falta e livre, num lance em que podia ter sido mostrado um cartão amarelo. Esteve bem na amostragem dos dois cartões amarelos, e respetivo vermelho, a Zaydou.
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