Rafa Silva tem sido um dos elementos mais importantes do Benfica nos últimos jogos. O extremo português tem quatro golos e quatro assistências nos últimos seis encontros, portanto, mais contribuições de golo (oito) do que jogos. Aos 30 anos, Rafa entrou nos últimos seis meses de contrato com o Benfica e já pode assinar livremente com qualquer clube.
Sendo um dos 'esteios' do sistema tático de Roger Schmidt, desde a temporada passada, a eventual saída do português a custo zero pode ser um rude golpe para o Benfica. O 'assédio' dos milhões do Médio Oriente podem vir a a falar mais alto, segundo o antigo dirigente benfiquista José Manuel Capristano. Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Capristano garante ter a informação de que a renovação só não aconteceu por vontade do atleta.
"Das informações que tenho, Benfica tem feito tudo através da sua direção e do presidente para procurar um novo acordo com ele. Mas tem sido infrutífero. Naturalmente que respeito muito a opinião dele porque está a dar ao Benfica o que pode até ao final do contrato. Tem jogado muito bem, fantasticamente. (...) Se o Benfica não fizer a renovação de contrato com ele é porque lhe é inteiramente impossível. Os números são muito diferentes das Arábias para cá", garante José Manuel Capristano.
Se o Benfica não fizer a renovação de contrato com ele é porque lhe é inteiramente impossívelAs propostas recebidas por Rafa virão do Médio Oriente. "O contrato que me dizem não é maior, é muitíssimo maior. Quatro vezes mais o que ele ganha, ou cinco. Uma diferença abissal. Não sei se há ainda alguma hipótese do Benfica subir um bocadinho mas mesmo que suba um bocadinho está muito aquém daquilo que ele pode receber lá fora. Por isso digo-lhe, a esperança é a última coisa que morre. Pode ser que num laivo de benfiquismo, ele fique cá. Mas acho muito difícil. Neste momento, tudo tem sido feito no sentido de ele ficar, mas se ele olhar só para o dinheiro e não para a parte desportiva...", disse o antigo dirigente, que integrou a direção de Vale e Azevedo.
Questionado se o Benfica terá dificuldade em substituir Rafa Silva, dada a proeminência do jogador para Schmidt, Capristano afirma que "depois da saída do Eusébio, os que fazem falta são os que estão no Benfica". "Naturalmente que o Rafa é um jogador diferenciado, dava muito jeito ao Benfica ficar com ele, pois é um grande jogador de futebol. O cemitério está cheio de insubstituíveis e não é por isso que deixam de morrer. Qualquer grande jogador faz falta ao Benfica", admitindo, no entanto, que Rafa Silva "sempre dignificou a camisola do Benfica."
O Benfica investiu 16 milhões de euros por Rafa Silva em 2016, vindo do Sp. Braga. Na altura, foi a transferência mais cara entre clubes nacionais. Agora pode sair a custo zero. O lado contabilístico da questão, para José Manuel Capristano é o menos importante.
Estou convencido de que o Rafa é uma carta fora do baralho no final da época"Nos anos que esteve no Benfica, que foram oito, se dividir 16 por oito dá dois [milhões]. Oito anos em que representou o Benfica, com tanta dignidade e tanta autenticidade e rendimento desportivo. Acho que não é por aí que o Benfica tem de equacionar. O Benfica tem é de acrescentar mais dinheiro à proposta que fez e apelar que ele não perca a vertente desportiva de vista", diz Capristano.
Rafa Silva representou o Benfica ao longo de 301 jogos, com 82 golos marcados no caminho. Depois do 300.º jogo, deixou em aberto a saída: "É um prazer jogar no Benfica. Quero agradecer aos meus colegas por partilhar estes momentos, é disto que vou ter saudades", disse. A despedida está próxima, na opinião de Jose Manuel Capristano: "Estou convencido de que o Rafa é uma carta fora do baralho no final da época".
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