Os minhotos vão defrontar, em fevereiro, no play-off de acesso aos oitavos de final, o Qarabag, do Azerbaijão, e, questionado pelos meios do clube pelas perspetivas da equipa, o experiente médio assumiu a ambição de lutar pela conquista da prova.
"Deve ser dos anos em que o lote de equipas da Liga Europa está mais forte, mas temos a ambição e vontade de mostrar que não estamos aqui só para jogar e competir - esse é o nosso grande dever -, mas que podemos ter uma palavra a dizer na disputa pelo título. É jogo a jogo e o futebol é fértil em resultados inesperados", afirmou numa entrevista que quis assinalar um marco histórico do jogador de 37 anos.
O médio cumpriu mil jogos como sénior no Estádio da Luz, na derrota por 3-2 com os 'encarnados' nos oitavos de final da Taça de Portugal, na quarta-feira.
João Moutinho realizou 146 jogos pela seleção AA (segundo jogador mais internacional de sempre, só atrás do recordista mundial Cristiano Ronaldo), 260 pelo Sporting, clube no qual se formou e estreou como sénior aos 16 anos, 140 pelo FC Porto, para onde se transferiu dos 'leões' e onde se sagrou tricampeão e conquistou uma Liga Europa (precisamente frente aos bracarenses, em Dublin, em 2011), 219 pelo Monaco, 212 pelo Wolverhampton e 23 pelo Sporting de Braga.
Nascido em Portimão a 08 de setembro de 1986, estreou-se como sénior a 24 de agosto de 2003, ainda com 16 anos, no terceiro escalão do futebol português, pela equipa B do Sporting, frente ao Estrelas de Vendas Novas, na então II Divisão B, zona Sul.
O jogador disse que, quando começou a carreira de futebolista, não tinha pensado "propriamente em chegar aos mil jogos", mas em "poder singrar no futebol, ter uma boa carreira no futebol profissional, conseguir chegar à seleção e ajudar os clubes por onde passasse".
O médio elegeu a "consistência" como uma das suas principais características: "não sou jogador que faça muitos golos ou assistências -- faço algumas -, mas acho que posso dizer que sou um jogador que me mantenho sempre num registo alto".
João Moutinho ainda não pensa no final da carreira, mas quer continuar ligado ao futebol quando isso acontecer, tendo confessado que ser treinador é algo que o "fascina".
"Muita gente diz que posso vir a ser treinador, tenho características para isso, porque gosto de ensinar e comunicar, mas é algo que não vejo já. Estando bem, como me sinto, quero continuar a jogar futebol. Sempre foi a minha grande alegria, vontade e ambição singrar no futebol e dar o meu melhor para conquistar coisas a nível nacional e internacional. Ser treinador é algo que me fascina, a maneira de gerir, mas também sei que é algo que tem um grande desgaste e ocupa mais tempo como jogador e tudo isso tem que ser visto", disse.
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