Está encontrado o outro finalista da Taça da Liga, que atinge um feito inédito na sua história. O Estoril venceu, na noite de quarta-feira, o Benfica nas grandes penalidades, por 5-4, para chegar à final da competição pela primeira vez, depois do empate (1-1) no final do tempo regulamentar da partida disputada no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria.
Na cidade do Lis, a brisa soprou a favor do conjunto do concelho de Cascais. Depois de deixarem para trás o FC Porto na fase de grupos, os homens que são orientados por Vasco Seabra deixaram, agora, para trás as águias, que procuraram terminar com a 'seca' de títulos nesta competição que dura desde 2016.
Os canarinhos mostraram-se sempre muito mais organizados do que o Benfica na hora de defender, ao contrário dos encarnados que foram denotaram mais desorganização, e recolheram os frutos desse atrevimento quando, ao minuto 16, Guitane abriu a contagem. Até ao golo inaugural, o Benfica já tinha ameaçado o Estoril, mas a pontaria desafinada não ajudou os lisboetas.
A chama do clube da Luz reacendeu na segunda metade do encontro e foi com rapidez que se assistiu ao empate em Leiria. Depois de uma boa combinação coletiva, Otamendi surgiu na área para marcar e dar uma nova vida às águias. Depois de várias tentativas de alvejar a baliza de Dani Figueira, estava feita a igualdade.
Mas é preciso dar a mão à palmatória e destacar a capacidade do Estoril, que não desistiu de sair vitorioso do encontro. O conjunto cascalense resistiu à pressão encarnada depois da igualdade e conseguiu cumprir todas as tarefas defensivas que tinha. Os minutos finais foram de grande intensidade do Benfica, mas já com pouca cabeça. E seguiu-se para o desempate através da marca de grandes penalidades.
Na lotaria, Marcos Leonardo falhou, João Marques também, mas, na decisão, Tomás Araújo atirou completamente ao lado e Bernardo Vital provou que o Benfica estava 'sem Guita' para ficar em Leiria e voar, de novo, até à final da competição.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Rafik Guitane foi um autêntico terror para a defesa do Benfica. Abriu o marcador ao minuto 16 do encontro e, daí em diante, foi sempre uma dor de cabeça para os encarnados. Quase nunca lhe conseguiram tirar a bola.
Surpresa
Dani Figueira segurou o Estoril até às grandes penalidades e voltou a ajudar a sua equipa quando foi preciso carimbar a final nos castigos máximos. Foi uma exibição para mais tarde recordar do guardião, que negou praticamente todas as ocasiões que o Benfica teve.
Desilusão
Petar Musa foi aposta inicial (e surpreendente) de Roger Schmidt, mas não justificou em nada esse estatuto. Numa fase em que se fala de uma saída quase certa da Luz, o croata foi demasiado errático, Ainda que tenha tido uma ação positiva no golo do empate, não ganhou pontos para repetir a titularidade.
Treinadores
Roger Schmidt
Péssima entrada do Benfica em jogo, um pouco à semelhança do que tem acontecido em partidas anteriores. A desorganização defensiva expôs as águias ao ataque rápido do Estoril e foi sem surpresa que os canarinhos aproveitaram esses erros. A aposta em Petar Musa foi falhada, sobretudo quando se tinha no banco de suplentes Arthur Cabral e Marcos Leonardo, em bom momento de forma. Além disso, o alemão demorou a perceber que Morato não estava nada bem na partida. A estreia de Carreras deu logo outro tipo de mobilidade ao ataque do Benfica.
Vasco Seabra
Depois de duas exibições menos conseguidas nos últimos dois duelos contra os grandes, o Estoril voltou a apresentar um futebol semelhante àquele que levou a equipa a derrotar o FC Porto por duas ocasiões, e numa delas carimbar o bilhete para esta final-four. Os homens de Vasco Seabra foram desinibidos e não acusaram a pressão de estarem pela primeira vez nestas lides. Destaque também para a excelência da pressão alta do Estoril na primeira zona de construção do Benfica.
Arbitragem
Arbitragem globalmente positiva de Cláudio Pereira. Foi algo benevolente na análise a alguns dos lances. Contudo, foi um bom trabalho do juiz aveirense.
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