"É um caso encerrado. O jogador trabalhou bem durante a semana e estará neste jogo", disse o técnico, em conferência de imprensa, quatro dias após ter abdicado do ponta de lança por razões extradesportivas no empate na visita ao Casa Pia (0-0), da 20.ª ronda.

Róbert Bozeník, de 24 anos, viajou para Espanha em 31 de janeiro, alegadamente sem autorização do Boavista, com a expectativa de poder rubricar contrato com o Sevilha na janela de transferências de inverno, que encerrava nesse mesmo dia para os clubes da I Liga portuguesa, mas ficou ativa por mais 24 horas no escalão principal do país vizinho.

Goradas as negociações entre 'panteras' e andaluzes, o dianteiro eslovaco regressou ao Porto dois dias depois e reintegrou os treinos do clube do Bessa, mas esteve ausente do duelo com o Casa Pia, disputado na segunda-feira, em Rio Maior, desconhecendo-se se terá sido alvo de um processo disciplinar por parte da SAD comandada por Vítor Murta.

"Na última semana, disse que o caso estaria entregue à direção. Assim foi. Entretanto, o jogador treinou durante a semana de forma natural e o caso ficou encerrado. Não vale a pena estarmos a tocar mais nesse ponto, porque é um caso do passado. O Bozeník está integrado e é um jogador muito importante. De qualquer forma, não entendi [que o caso tivesse sido tratado] de uma maneira diferente dos demais", reconheceu Ricardo Paiva.

A ausência de Róbert Bozeník, autor de nove golos em 22 duelos, fez-se sentir frente ao Casa Pia, até porque nenhuma equipa enquadrou remates durante os 90 minutos, com o Boavista a fechar um desafio da I Liga sem golos sofridos pela primeira vez esta época.

"Foi muito importante termos mantido a nossa baliza a zero e queremos dar continuidade a esse fator. Quanto à falta de produtividade e alguma dificuldade na chegada [ao último terço], são circunstâncias do momento. Não me parece que seja uma situação regular na nossa equipa pela negativa. Não temos sido assim, mas fomos assim neste último duelo. Encontrámos fatores para tal, mas, depois dessa análise, é bola para a frente", apontou.

Sem vitórias nas últimas três rondas, o Boavista tenta agora impor-se ao Estoril Praia no Bessa, onde não ganha há sete jogos e quase cinco meses, tendo sofrido sempre golos.

"O adversário vem de um bom momento, ultimamente afastou o Benfica nas meias-finais da Taça da Liga e só perdeu com o Sporting de Braga por penáltis na final, além de já ter vencido por duas vezes um candidato ao título como o FC Porto e de ter o quarto melhor ataque do campeonato. São factos que dizem muito da dificuldade que vamos enfrentar", admitiu, alheando a sua equipa de uma eventual pressão inerente à condição de anfitriã.

O defesa central Rodrigo Abascal regressa às opções de Ricardo Paiva, após ter estado suspenso na última partida, durante a qual o extremo Luís Santos saiu lesionado na face posterior da coxa esquerda, com os exames a ditarem uma paragem de quase um mês.

De fora permanecem o defesa central Chidozie e o lateral esquerdo Bruno Onyemaechi, que têm alinhado pela seleção da Nigéria na Taça das Nações Africanas, cuja final será discutida no domingo entre os pupilos do luso José Peseiro e a anfitriã Costa do Marfim.

"Desejo-lhes o maior sucesso e que vençam. Depois de chegarem, iremos analisar essa condição em que se apresentam, trabalhar e fazer o devido reenquadramento na nossa equipa", frisou, ao ser questionado pela escassa utilização dos dois jogadores na prova.

O Boavista, 12.º colocado, mede forças com o Estoril Praia, 11.º, ambos com 21 pontos, sete acima da zona de descida, no sábado, às 20:30, no Estádio do Bessa, no Porto, em jogo da 21.ª ronda da I Liga, sob arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.