O Benfica regressou aos triunfos na I Liga, este domingo, ao golear o Vizela (6-1) no Estádio da Luz, afastando, desde logo, o cenário de 'crise' a nível exibicional, com a subida à liderança isolada - embora provisória - do campeonato.
Roger Schmidt cedeu à pressão e, a meio de uma eliminatória europeia, optou por 'rodar' a equipa, com uma 'revolução' no onze, que até valeu um 'show' no primeiro tempo, como há muito não se via na Luz.
David Neres tratou de abrir o livro com o regresso aos golos (16'), assistiu para Otamendi festejar o segundo das águias (25') e Tiago Gouveia fechou a primeira meia hora com novo motivo de celebração na Luz. Pelo meio, houve um detalhe a fazer a diferença. Francesco Ruberto saiu lesionado e obrigou a uma troca forçada na baliza, sendo que a entrada de Buntic não foi nada feliz. Nos primeiros cinco minutos, encaixou dois golos sem ter a oportunidade de aquecer.
Já à beira do intervalo, Neres deu sequência ao 'show' com o bis (45+1') e Rafa tratou de fazer o quinto (45+4'), alimentando o pesadelo para o guardião croata, Era caso para dizer que estava a ser o bife, enquanto a águia picava a 'Vitela' minhota.
O máximo que o Vizela conseguiu foi alcançar o tento de honra, através de Essende (48'), ele que viria a falhar um penálti, travado por Trubin. O Benfica limitou-se a gerir o resultado, já a pensar no duelo frente ao Toulouse, nos playoffs da Liga Europa, mas ainda chegou ao sexto, através do recém-entrado Marcos Leonardo (86').
As águias ficam, assim, isoladas na liderança da I Liga, com 55 pontos, à espera do que vai fazer o Sporting frente ao Moreirense, esta segunda-feira. Já o Vizela ocupa o último lugar do campeonato, com 16 pontos.
Vamos então às notas da partida:
Figura
David Neres realizou uma das melhores exibições de sempre ao serviço do Benfica, com dois golos e duas assistências, naquele que foi o seu regresso à titularidade-Por mais inacreditável que possa parecer, foi mesmo a primeira de... 2024. O avançado brasileiro abriu a embalagem de 'ketchup' aos 16 minutos, assistiu para o golo de Otamendi e, antes do intervalo, ainda garantiu o bis na partida, numa grande exibição que ficou 'coroada' com a fantástica assistência para Marcos Leonardo, no 6-1 final. Para Roger Schmidt refletir.
Surpresa
Tiago Gouveia surgiu no onze inicial, de forma, por si só, surpreendente, mas esteve perfeitamente à altura do desafio. Tentou o perigo junto da baliza adversária por apenas uma ocasião e foi o suficiente para voltar a marcar na Luz, tendo contribuído, de todas as formas e feitios, para a fluidez do jogo ofensivo do Benfica, sobretudo no apoio a David Neres, Rafa Silva e Casper Tengstedt. Apesar de ter estado mais discreto na segunda parte, o avançado mostrou o motivo de ser opção na equipa principal das águias.
Desilusão
Fabijan Buntic estaria certamente longe de imaginar que, precisando de substituir o colega Francesco Ruberto (devido a lesão), sofreria quatro golos em cerca de 20 minutos. No entanto, foi mesmo isso que aconteceu. Sem tempo para aquecer, o guardião croata não evitou o golo de Otamendi logo após ter entrado em campo e deixou entrar cinco bolas na sua baliza até ao apito final, travando apenas duas tentativas de perigo das águias. Uma exibição para esquecer.
Treinadores
Roger Schmidt deixou a sua 'teimosia de lado e, em função da eliminatória europeia que o Benfica tem a meio, optou por 'rodar' a equipa, com uma autêntica 'revolução' no onze. A meia dúzia de alterações (com destaque para o regresso de Neres à equipa inicial) terá 'atrapalhado' a estratégia do Vizela e a verdade é que o 'rolo compressor' da primeira parte foi fulcral para que a segunda metade da partida entrasse em modo de gestão, a pensar no duelo frente ao Toulouse.
Ruben de la Barrera não tem tido vida fácil no comando técnico do Vizela e, se é um facro que conseguiu interromper uma série negativa na última jornada, com o triunfo frente ao Gil Vicente (0-1), também é verdade que terá uma missão muito difícil em recuperar a sua equipa animicamente após o 'desastre' na Luz. Com apenas duas mexidas (forçadas) no onze, o Vizela foi incapaz de travar as investidas ofensivas do Benfica, apesar de ter deixado uma imagem mais positiva no segundo tempo.
Árbitro
João Gonçalves protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos. Seguro na hora de apitar as faltas e coerente no momento de puxar dos cartões, o árbitro de 32 anos esteve igualmente bem ao apontar a grande penalidade cometida por Morato, sensivelmente a meio do segundo tempo.
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