O FC Porto pode muito bem ter-se despedido, definitivamente, da discussão do título de campeão nacional, fruto do inesperado empate a uma bola concedido na deslocação ao terreno do Gil Vicente, na semana que antecede o Clássico com o Benfica.
Um jogo que, desde cedo, ficou claro que não seria nada fácil para os dragões, que viram Rúben Fernandes ameaçar o golo, aos 17 minutos, com um cabeceamento perigoso. Na sequência, Pepe ficou mal tratado, a sangrar abundantemente da cabeça, e o jogo esteve interrompido durante largos minutos.
Os azuis e brancos 'despertaram' e podiam ter ido para o intervalo a vencer. No entanto, primeiro, Andrew Ventura negou um autogolo a Rúben Fernandes, e, depois, foi o próprio árbitro, Fábio Veríssimo, a anular um tento a Stephen Eustáquio, por falta de Wendell.
A segunda parte começou tal como a primeira acabou. Isto é, com o FC Porto a ameaçar. E, aos 55 minutos, desfez mesmo o nulo, na sequência de uma grande penalidade cometida por Mory Gbane. Andrew ainda deteve a primeira tentativa, mas, na recarga, Evanilson não perdoou.
Os gilistas reagiram bem ao contratempo, e foram somando oportunidades para repor a igualdade, o que acabaria mesmo por acontecer, já nos descontos, fruto de um cabeceamento certeiro de Thomás Luciano, acabado de entrar em campo.
Feitas as contas, com este resultado, o FC Porto passa a somar 49 pontos, o que o deixa na terceira posição da I Liga, a nove pontos do líder, o Benfica, adversário que terá pela frente, na próxima jornada. Já o Gil Vicente, é décimo classificado, com 26 pontos.
Figura
Se o Gil Vicente se manteve na discussão pelo resultado até ao último instante, em muito o deve a Andrew Ventura. O guarda-redes brasileiro defendeu praticamente tudo, até mesmo uma grande penalidade cobrada por Evanilson. No entanto, a sorte foi 'madrasta', já que a bola sobrou para a frente, tendo o adversário aproveitado para marcar o golo decisivo.
Surpresa
Uma distinção que não pode ir para outro jogador que não Thomás Luciano. Foi lançado aos 88 minutos, com a missão de marcar o também recém-entrado Wenderson Galeno, mas não se ficou por aí. Quatro minutos depois dos 90, foi bem lá acima cabecear para o fundo das redes à guarda de Diogo Costa e selar o resultado final.
Desilusão
Pepê passou completamente ao lado do jogo. Bem anulado pela estratégia gilista, o internacional brasileiro não soube 'libertar-se de amarras', e, com exceção do lance da grande penalidade, na qual picou a bola para a mão de Mory Gbane, raras foram as ocasiões em que conseguiu demonstrar o potencial que lhe é reconhecido.
Treinadores
Vítor Campelos: Assentou o Gil Vicente num 4x3x3, com o qual conseguiu 'encaixar' no FC Porto. A equipa conseguiu anular Pepê quase na totalidade, condicionando de sobremaneira a fluidez do jogo adversário, e, no ataque, dispôs de oportunidades, especialmente, quando já estava em desvantagem, tendo feito por merecer o empate.
Sérgio Conceição: Já quase não sobram dúvidas de que este FC Porto não vai entrar na discussão do título de campeão nacional. Mais uma exibição pobre, demasiado assente na criatividade de Francisco Conceição para conseguir desequilíbrios, que deixa a equipa já a nove pontos da liderança.
Árbitro
Fábio Veríssimo teve um início de jogo 'turbulento', devido a um problema no sistema de comunicação com um árbitro assistente, que obrigou a uma interrupção prolongada. Nada que, no entanto, o tivesse afetado, tendo acabado por partir para uma exibição positiva, numa partida sem lances de grande polémica.
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