As notícias sobre a 'morte' da candidatura do FC Porto ao título (ou, pelo menos, aos lugares de apuramento para a Liga dos Campeões) eram, manifestamente, exageradas, como ficou, este domingo, à vista, com o triunfo conquistado na receção ao Benfica, por categóricos 5-0.
Os dragões entraram com tudo, no tão aguardado Clássico da 24.ª jornada do principal escalão do futebol nacional, e colocaram-se em vantagem ao fim de apenas 20 minutos, por intermédio de Wenderson Galeno, que já tinha desperdiçado duas oportunidades claras para fazer o gosto ao pé, instantes antes.
À beira do apito para o intervalo, o ex-Sporting de Braga bisou, num lance em que, tal como no golo inaugural, ficou por demais à vista a passividade da defesa encarnada, pelo qual a equipa acabaria por pagar bem claro.
Ao intervalo, Roger Schmidt procurou 'agitar' o rumo dos acontecimentos, lançando Álvaro Carreras e Florentino Luís para o lugar de Morato e Orkun Kokçu, e as águias até reagiram relativamente bem... mas não durante muito tempo.
Aos 55 minutos, Galeno voltou a dizer 'presente', desta vez, para assistir para o tento de Wendell. O cenário já estava mal parado para os visitantes, mas ainda pior ficou, quando Nicolás Otamendi viu dois cartões amarelos no espaço de dez minutos e foi expulso.
Os dragões aproveitaram a vantagem numérica para dilatar a vantagem no marcador, e, aos 75 minutos, foi a vez de Pepê se juntar à festa, com um remate certeiro, a passe de Nico González. Já nos descontos, Danny Loader deu a 'machadada final'.
Feitas as contas, com este triunfo, o FC Porto passa a somar 52 pontos, o que o deixa no terceiro lugar, agora, a apenas seis pontos do Benfica. Quem mais sorriu foi... o Sporting, que passa a liderar, com 59 pontos, apesar de ter uma partida em atraso.
Figura
Francisco Conceição é o verdadeiro 'dínamo' do ataque do FC Porto, mas seria injusto não atribuir esta distinção a Wenderson Galeno. Depois de duas 'ameaças', no primeiro tempo, marcou dois golos. No entanto, não se deu por satisfeito, e ainda assinou uma assistência, para o tento de Wendell, a reforçar o bom momento de forma.
Surpresa
Wendell, tantas vezes apontado como um dos 'patinhos feios' deste FC Porto, voltou a demonstrar qualidade, na ala esquerda da defesa. Na semana em que foi chamado, pela primeira vez, à seleção brasileira, rubricou um desempenho positivo, que coroou com um golo, no arranque do segundo tempo.
Desilusão
Pela segunda vez no espaço de 72 horas, Nicolás Otamendi fez por 'enterrar' o Benfica. Depois de, em Alvalade, ter cometido o erro esteve origem no golo de Viktor Gyokeres, que deu a vitória ao Sporting, adotou um comportamento de total displicência, no Dragão, que culminou com a expulsão, por acumulação de cartões amarelos.
Treinadores
Sérgio Conceição: Foi incrível a maneira como o FC Porto pareceu, durante praticamente todo o Clássico, jogar com mais um elemento em campo. 'Embalados' pela criatividade de Francisco Conceição e pela elevada intensidade imposta, os dragões conquistaram um triunfo sem margem para contestação.
Roger Schmidt: O Benfica abdicou do ataque móvel e voltou a apostar em Casper Tengstedt como referência na frente, mas nem por isso recuperou a melhor 'face'. A equipa foi 'macia' quando, sob circunstância alguma, o poderia ser, e, pese embora uma ligeira melhoria, no início do segundo tempo, não fez o suficiente para justificar outro resultado.
Árbitro
Um Clássico difícil de arbitrar para João Pinheiro, com constantes 'toquezinhos', aqui e ali, que o obrigaram a intervir mais do que o próprio, certamente, desejaria. No lance mais suscetível de discussão, o segundo golo de Wenderson Galeno, parece ter acertado ao não assinalar qualquer infração, apesar das queixas do Benfica.
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