"Não é um modelo perfeito, mas é algo que vai sendo construído e em que efetivamente pode existir uma melhor comunicação. Atualmente, o que diz o protocolo é o que os árbitros estão a fazer. Quando se iniciou o videoárbitro estávamos muitos fechados no protocolo e, até há um mês, isto era proibido. Por isso, isto é um passo importante e estes pequenos passos devem ser dados", enfatizou, à margem da apresentação da recandidatura à liderança do referido organismo nacional.
No passado fim de semana, e já depois de ter ocorrido na II Liga de futebol, na Taça de Portugal feminina e na Taça da Liga feminina, os árbitros explicaram, pela primeira vez na I Liga de futebol, as decisões que envolveram a intervenção do VAR.
Sobre o tema, Luciano Gonçalves disse ainda que gostava que esta "comunicação se alargasse e que seja cada vez mais clara e efetiva, para que todos possam perceber as decisões tomadas".
Além disso, o dirigente abordou também uma eventual presença dos árbitros nas entrevistas rápidas após os jogos.
"É, efetivamente, o que os árbitros também querem. Também gostariam de chegar ao final dos jogos e, de alguma forma, explicar o porquê das decisões", justificou, repisando o facto de ainda não haver "abertura" do IFAB, organismo que supervisiona as leis de jogo do futebol, algo que acredita que "no futuro possa acontecer".
Presente na apresentação da candidatura "Construir - Unir -- Avançar" aos órgãos sociais da APAF para o quadriénio 2024-2028, que decorreu hoje, num restaurante na Batalha, esteve também o árbitro Luís Godinho, que considerou que "os latinos têm uma forma diferente de viver o jogo e que já foi pior no passado".
"Têm existido passos largos nessa melhoria e acredito que o futuro, com essa humanização e esse esclarecimento e abertura da arbitragem para o mundo, possa trazer um maior entendimento e maior pacificação naquilo que é o papel do árbitro no desporto", sintetizou.
A propósito da apresentação, Luciano Gonçalves e Luís Godinho foram também questionados sobre uma possível presença de árbitros portugueses no Campeonato da Europa 2024, antecipando boas perspetivas para que isso aconteça.
"Era muito importante. É para isso que os nossos árbitros trabalham diariamente. Já merecíamos ter estado em competições anteriores, mas tal não aconteceu", disse o líder e novamente candidato ao cargo do organismo que representa os árbitros portugueses, falando em "bons sinais da Europa".
"Quero acreditar que, quase de certeza, vamos ter representação portuguesa no Europeu e isso é um sinal de reconhecimento do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e dos nossos árbitros. Dos que lá poderão ir e de todos os outros que incentivam e contribuem diariamente. A acontecer, será uma vitória de todos, até dos árbitros de base", salientou o presidente da APAF.
Já Godinho diz que é "fundamental que isso aconteça", considerando que, caso não se concretize, "não será por falta de competência".
"É um feeling pessoal de que estaremos representados no Europeu por mais do que um interveniente direto do jogo e isso fará com que a ausência no último Mundial não tenha sido por falta de competência. Foi uma decisão política e estou certo de que o que vier no futuro serão grandes notícias para Portugal".
Leia Também: Luciano Gonçalves vinca "condições da arbitragem" na recandidatura à APAF