Javier Pastore tem atualmente 34 anos. Já foi considerado uma das maiores promessas do futebol mundial, tendo sido convocado para o Mundial 2010 com apenas 19 anos. Formava, juntamente com Paulo Dybala e Edinson Cavani, um dos ataques mais entusiasmantes da Europa, no Palermo. Hoje em dia, está sem clube.
O último emblema por onde passou foi o Qatar SC, praticamente sem jogar, na época passada. Antes disso, esteve no Elche, de Espanha, e na Roma. Os problemas com lesões afetaram a sua carreira.
Numa entrevista ao jornal La Nacion em que falou sobre vários ex-colegas e contou histórias da carreira, Pastore também recordou a convivência com Ángel Di María:
"Com Angelito vivemos tantas coisas. Praticamente almoçávamos ou jantávamos juntos todos os dias, como uma família. Ele passou por um período muito mau, muito mau. Como toda a gente naqueles anos com a seleção nacional, mas acho que o Angel também levava tudo muito a peito. Para Angel, cada derrota era culpa dele. Eu falava muito com ele sobre isso, dizia-lhe que não devia ser tão crítico consigo próprio, porque éramos 23/25 que fomos e perdemos todos, não só o Leo e ele por serem os melhores", conta Javier Pastore.
"Mas o Angel sempre viveu assim, mesmo em Paris ele sentia-se responsável pelas derrotas. Na Argentina disseram-se coisas tão horríveis, tão cruéis... De fora, porque desde 2017 já não ia à seleção, li coisas tão duras contra ele, contra o Leo e isso magoou-me a alma... É por isso que tive a grande alegria que senti no Qatar foi por eles, pelos rapazes que 'comeram merda' durante tantos anos. Se eu tivesse ganho o Campeonato do Mundo, acho que não teria ficado tão feliz como fiquei por eles", admitiu Pastore.
Pastore deixou elogios a Zlatan Ibrahimovic, "o melhor capitão que teve", Lionel Messi e David Bekcham. Mas o Mundial 2010 ficou especialmente na memória do médio.
"Foi incrível, e eu tinha 19 anos. Idolatrava todos os jogadores daquela equipa, estava num sonho. Jovem, ousado, no meu auge... Observava-os, ouvia-os, copiava-os. Era inacreditável. Estava a treinar com o Leo, que era impossível, driblava os 11 e voltava a fazê-lo antes de converter, e de longe ouvia-se a malta a gritar: "Maradoona/Maradoona/ Meessi". Eu disse para mim próprio: 'Quero isso, quero que amanhã cantem o meu nome'. E, à noite, o Diego passava pelos quartos, cumprimentava-nos e dizia: 'Descansa bem, como te sentiste hoje, precisas de alguma coisa?' A África do Sul era um sonho", disse.
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